A produção teatral paulistana dos anos 1980: rabiscando com faca o chão da história: tempo de contar os prejuízos em percursão de andança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mate, Alexandre Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04122008-152310/
Resumo: A reflexão aqui desenvolvida corresponde a uma análise de parte da produção teatral dos espetáculos destinados ao público adulto apresentada na cidade de São Paulo, durante a década de 1980. Partindo-se do pressuposto contrário ao encontrado na totalidade das fontes disponíveis acerca do período, segundo o qual se tratava de uma década perdida, apresentam-se aqui significativas evidências documentais: das escritas, às visuais, passando pelas coletadas em entrevistas com destacados pensadores e criadores do período, com o fito de demonstrar, como em qualquer outro período histórico, quão rica, polêmica e diversificada foi aquela produção. Contrapondo documentos teatrais aos políticos em uma década de crise econômica mundial e em que o País, formalmente, livra-se de uma ditadura instaurada em 1964 e mobiliza-se pela construção de um de seus mais significativos movimentos populares as Diretas Já busca-se, nesse rico processo de transição, recuperar concepções, sonhos e experiências de inúmeros artistas cujas trajetórias não constam ou raramente são descritas pela memória cultural e oficial do País; rigorosamente autoritária e excludente. Buscando articular crises e superações por que tantos coletivos e sujeitos passaram no período, driblando taticamente múltiplas formas censórias e de patrulhamento ideológico, são apresentadas as trajetórias, por intermédio de procedimentos da história oral, de dois importantes grupos do teatro paulistano: o Teatro Popular União e Olho Vivo (TUOV), fundado em 1966, e ainda em exercício, enfatizando o trabalho dramatúrgico de seu diretor César Vieira (Idibal Pivetta); e o Apoena/Engenho, fundado em 1979, igualmente em exercício, enfatizando o tratamento épico e político de suas montagens, que tanta animosidade causa entre seus pares, por conta dos radicalismos políticos do diretor do grupo, Luiz Carlos Moreira. Para completar a reflexão, apresenta-se como anexo o levantamento, decorrente do processo de pesquisa desenvolvido, composto por fichas técnicas de 2.042 espetáculos de teatro adulto, coletadas em sete fontes documentais diversas: anuários de teatro e dança, entrevistas, jornais, livros especializados, programas de teatro, releases e revistas especializadas