Sistemas biorresponsivos para liberação sustentada de fármacos visando a quimioprevenção do câncer de mama.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Salata, Giovanna Cassone
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-13072020-141141/
Resumo: A despeito da alta incidência do câncer de mama, há escassas estratégias farmacológicas quimiopreventivas que, em função dos graves efeitos adversos sistêmicos, implicam em baixa adesão. Retinoides são capazes de inibir o desenvolvimento tumoral por regularem o crescimento e diferenciação celular, e dentre eles, a fenretinida é considerada promissora para a prevenção de câncer de mama por acumular-se no tecido mamário. Entretanto, além dos efeitos adversos graves, sua elevada lipofilicidade resulta em baixa biodisponibilidade oral. Para contornar essas limitações e possibilitar seu uso na quimioprevenção, o presente estudo objetivou o desenvolvimento de microemulsões que, por meio da administração subcutânea e absorção de água tecidual, transformam-se em fase líquido-cristalina capaz de prolongar a liberação local do fármaco. Diversas microemulsões foram preparadas, sendo selecionadas as compostas por [fosfatidilcolina]:[monoleína:tricaprilina]-propilenoglicol nas proporções 1:1-30% e 9:1- 50%. Ambas apresentaram diâmetro inferior a 230 nm, originaram fase líquido- cristalina quando adicionadas de 1% ou mais de água e prolongaram a liberação de Alexa Flúor 647 in vivo por mais de 30 dias, mas a microemulsão 1:1-30% causou irritação local e formação de uma cápsula fibrosa. A fenretinida foi incorporada na concentração de 1% (m/m), e, sua liberação seguiu cinética de pseudo-primeira ordem, sendo aproximadamente 30% liberado após 9 dias. O tratamento de células MCF-7 e T47D com a formulação 9:1-50% contendo fenretinida mostrou-se mais citotóxico comparado à 1:1-30%, levando à sua escolha para estudos subsequentes. Esta formulação também reduziu a migração celular em 65,2 e 75,9%, quando utilizada em concentrações equivalentes a IC5 e IC15 (concentrações necessárias para reduzir a viabilidade em 5 ou 15%) comparado a células não tratadas. Em modelos 3D, o tratamento com 9:1-50% na concentração equivalente a IC30 reduziu a viabilidade dos esferoides em 28,8%. No modelo animal de carcinogênese induzida quimicamente, a formulação mostrou-se segura e efetiva, sendo capaz de inibir o desenvolvimento de tumores de mama. Os promissores resultados apontam para o potencial desta nova plataforma na quimioprevenção do câncer de mama.