Lúcia, Emília e Aurélia: uma ideia de mulher. Representações femininas pela pena de José de Alencar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moratelli, Marilia Couto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-31122024-175807/
Resumo: Desde sua estreia como folhetinista no Correio Mercantil, em 1854, José de Alencar parece ter a intenção de analisar a sociedade da Corte imperial e entender seus costumes, intenções e filosofias. Já no teatro, atividade à qual se dedica a partir de 1857, os tipos fluminenses comuns ganham vida e sobem ao palco para encenar práticas triviais daquele contexto, tais como a hipervalorização dos bens, o desejo de enriquecimento fácil, o culto às aparências e a superficialidade das relações, mais centradas nos benefícios financeiros do que nos sentimentais. Enveredando para a seara do romance urbano, ou seja, aqueles que têm como cenário a capital, esses temas continuam na mira do ficcionista, porém envoltos nas tramas do relacionamento amoroso entre um homem e uma mulher. Contudo, desde Lucíola (1862), primeiro romance dos chamados perfis de mulher, nota-se que o romancista procura analisar o comportamento feminino com profundidade e em situações que extrapolam o contato com o sexo oposto e o amor, numa conjuntura patriarcal e burguesa. Essa intenção também é perceptível nas outras duas obras que compõem a trilogia: Diva (1864) e Senhora (1875). Para a análise desse objeto, são fundamentais para os apontamentos sobre José de Alencar os trabalhos de Eduardo Vieira Martins, em A fonte subterrânea, Lira Neto, em O inimigo do rei e Luís Filipe Ribeiro, em Mulheres de Papel. Para os estudos relacionados à condição feminina, basilares para se compreender a composição de Lúcia, Emília e Aurélia, visto que há a possibilidade de o próprio contexto empírico de Alencar ter sido uma inspiração para a criação de suas figuras femininas, são essenciais as obras de Mary Del Priore, em Sobreviventes e Guerreiras, Michelle Perrot, em Minha história das mulheres e Simone de Beauvoir, em O Segundo Sexo. Acredita-se que essas protagonistas estão expostas ao silenciamento, ao condicionamento, ao cerceamento da liberdade e à redução de suas capacidades intelectuais e que, dentro de suas histórias, tais fatores são tão relevantes quanto a relação amorosa, como observado ao longo desta dissertação