Implicações da contribuição endógena e exógena para obtenção do P300 utilizando paradigma de omissão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sena, Taise Argôlo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-11052017-143828/
Resumo: Introdução: O P300 é um potencial evocado auditivo que ocorre aproximadamente 300 milissegundos (ms) após a apresentação do estímulo. Geralmente, é evocado ao se utilizar o paradigma tradicional, no qual são apresentados dois estímulos perceptivelmente diferentes: um estímulo frequente (85%) e um estímulo raro (15%). Os indivíduos são orientados a indicar, de alguma maneira, a quantidade de estímulos raros que perceberam durante a realização do exame. O P300 é considerado um potencial endógeno, pois ocorre devido a um evento cognitivo (decisão da ocorrência do estímulo raro). Contudo, alguns estudos mostraram que as características acústicas do estímulo podem interferir no potencial, evidenciando uma contribuição exógena ou sensorial para evocar a resposta. Essas implicações endógenas e exógenas para evocar o P300 ainda não foram totalmente definidas. A avaliação desses aspectos específicos pode ajudar a identificar os geradores desse potencial. Objetivo: verificar o efeito da contribuição endógena e exógena para obtenção do P300, utilizando paradigma tradicional e o paradigma de omissão. Métodos: participaram desse estudo 30 indivíduos jovens adultos, normo-ouvintes sem alteração neurológica ou psiquiátrica aparente. Os indivíduos foram avaliados com o paradigma tradicional (estímulo frequente: 800 Hz; estímulo raro 1200 Hz) e com o paradigma de omissão (estímulo frequente: 800 Hz; estímulo raro: ausência de som). Cada orelha foi avaliada separadamente por ambos os paradigmas na intensidade de 80 dBNPS. Foram apresentados 300 estímulos (45 raros) em cada estimulação. Para a obtenção do P300, foi utilizado o equipamento \"Neuroscan Stim2\" com 12 eletrodos ativos no escalpo, colocados nas seguintes posições: FPz, F4, Fz, F3, C4, Cz, C3, CP6, CP5, P4, Pz e P3. O maior pico após o complexo N1-P2-N2 foi considerado como P300. A amplitude foi medida considerando a linha de base do intervalo pré-estímulo, enquanto a latência foi medida no maior pico positivo. Nesse estudo, foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas. Foram realizados mapas topográficos do escalpo para ambas as estimulações. Resultados: para todos os 12 eletrodos analisados nesse estudo, a média da latência em milissegundos foi significantemente menor, e a média da amplitude foi significantemente maior para o paradigma tradicional quando comparado ao paradigma de omissão. Além disso, a morfologia da onda foi mais bem definida para o paradigma tradicional. Os mapas topográficos para ambos os paradigmas mostraram uma ativação mais generalizada e mais positiva na região centro-parietal, indicando que as mesmas áreas foram ativadas em ambos os paradigmas. Conclusão: o presente estudo demonstrou que o estímulo acústico, ausente no paradigma de omissão, influencia a latência, amplitude e morfologia da onda, evidenciando uma contribuição exógena/sensorial para obtenção do potencial