Análise das distorções entre os componentes da remuneração dos prestadores de saúde e os custos dos serviços em oncologia na saúde suplementar brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Davoli, Gustavo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-17042018-145306/
Resumo: A Saúde Suplementar atua como uma alternativa para aproximadamente 25% da população brasileira que buscam maior facilidade no acesso aos serviços de saúde e maior qualidade. Porém, os problemas enfrentados e a insatisfação dos principais atores do segmento (operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços e usuários) assemelham-se às dificuldades amplamente vivenciadas no Sistema Único de Saúde - SUS. O fator econômico é uma das principais causas dessa insatisfação: operadoras com baixas margens de lucro ou deficitárias afirmam pagar muito aos prestadores; prestadores com baixas margens de lucro ou deficitários afirmam receber pouco; e, o usuário pagando muito e insatisfeito com a oferta dos serviços. Este trabalho analisou, durante todo o exercício de 2015, os componentes da remuneração de uma clínica oncológica e a participação de cada um desses componentes em relação ao total da remuneração e traçou um comparativo com a estrutura de custos desses mesmos itens, que também foram analisados em relação ao total dos custos. A remuneração pelos serviços médicos representou 2% do total de receitas, enquanto o desembolso com as equipes médicas representou 14% do total dos gastos. As taxas que remuneram a estrutura física, equipes de profissionais não médicos, todos os demais gastos e o capital investido representaram 2% do total de receitas, enquanto o custo com estes itens representou 44%. Já a remuneração referente aos materiais e medicamentos utilizados no tratamento quimioterápico representou 96% do total das receitas, enquanto o custo desses materiais e medicamentos representou 42% do total. Com isso, verificou-se existência de distorções na participação de cada item em relação ao total, confrontando a estrutura de custo com a estrutura de remuneração. Além disso, analisando a média da remuneração paga pelas operadoras de saúde suplementar por uma consulta médica, encontrou-se a proporção de 19% de seu custo unitário e, no caso de um tratamento de quimioterapia, esta proporção fica em torno de 10% de seu custo unitário, excluindo o efeito do custo e da remuneração com os materiais e medicamentos utilizados. Tal análise ganha importância, pois apesar da sistemática de remuneração dos prestadores na saúde suplementar possuir, há um bom tempo, um modelo estável e equilibrado, nos últimos anos as operadoras de planos de saúde vêm pressionando os prestadores de serviços, reduzindo as tabelas de remuneração dos materiais e medicamentos e provocando um potencial desequilíbrio nas relações comerciais e na sustentabilidade dos prestadores de serviços. Por isso, o entendimento real da relação entre os componentes da remuneração confrontando com seus respectivos custos, torna-se um subsídio importante para discussões de novos arranjos, sem que se gere um desequilíbrio no atual sistema.