Etiologia da pinta rosa da goiaba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Shirado, Evelyn Yumi Naste
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-22012020-173600/
Resumo: Produtores dos estados de São Paulo e Paraná relataram a ocorrência de uma nova doença na goiaba. Os sintomas foram pequenas lesões arredondadas de coloração rosa na superfície das goiabas. Devido a esses sintomas o nome pinta rosa foi adotado para se referir a doença relatada. Existem poucos trabalhos publicados na literatura descrevendo sintomas semelhantes aos da pinta rosa. O objetivo desse trabalho foi identificar e descrever o agente causal da pinta rosa da goiaba. Para a realização dos experimentos, 19 isolados monospóricos foram obtidos de goiabas sintomáticas provenientes de regiões produtoras. O teste de patogenicidade foi realizado pela inoculação em goiabas sadias de suspensão de conídios do patógeno isolado de goiabas com pinta rosa. A caracterização morfológica foi realizada pela mensuração de 50 conídios por isolado. A caracterização cultural foi realizada pelo índice de velocidade do crescimento micelial e descrição da coloração da colônia. As análises filogenéticas foram realizadas para os genes ITS, TEF e ACT de forma isolada e concatenada. Construiu-se uma rede de haplótipos para avaliar a diversidade genética intraespecífica dos isolados. O processo de infecção e colonização do patógeno foi avaliado pela observação dos tecidos da goiaba em microscopia eletrônica de varredura e histopatologia. A quantificação da cercosporina para cada isolado foi obtida pela extração da toxina em uma solução de KOH. Os isolados inoculados foram patogênicos a goiaba. Os conídios dos diferentes isolados mostraram-se homogêneos, sendo caracterizados como filiformes, multisseptados, hialinos e com as bases truncadas. A coloração predominante das colônias foi cinza e alguns de cor branca, sendo a maioria com bordas pigmentadas de rosa. Não foi obsevado a presença de esporos nas colônias avaliadas. As características das colônias assim como dos conídios remetem a fungos cercosporioides. Houve diferença significativa entre os 19 isolados quanto a velocidade do crescimento micelial. A análise filogenética das sequências dos genes concatenados comprovou que os isolados pertencem ao gênero Cercospora e que esses foram agrupados em quatro haplótipos. Os conídios emitiram em entre 3 e 5 tubos germinativos e a penetração ocorreu através de estômatos. Os testes histoquímicos da região lesionada da goiaba revelaram que houve acúmulo de fenol nos tecidos parenquimáticos e presença de componentes lipídicos na cavidade lisígena. As imagens obtidas sob luz fluorescente, evidenciaram a presença de hifas nos tecidos parenquimáticos abaixo da epiderme e próximas aos estômatos. Para a maioria dos isolados houve produção da toxina cercosporina. Esse é o primeiro relato da pinta rosa em goiabas no Brasil.