Aplicação da estimativa espaço-temporal da tolerância à perda de solo no planejamento do uso da terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rocha, Gustavo Casoni da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-26072013-091837/
Resumo: O Brasil é um dos principais países agrícolas do mundo e um dos únicos com possibilidade de expansão expressiva de sua área em produção e da produtividade. Entretanto, a contínua necessidade de incrementos da produção leva à ocupação de áreas menos aptas para a agricultura, com potencial aumento da degradação do solo pela erosão. Neste contexto, a conservação do solo é uma variável importante e está, em parte, relacionada ao conceito de aptidão agrícola. Modelos de predição da erosão são ferramentas importantes no planejamento agrícola, entretanto, em muitas situações carecem valores de referência de tolerância. Como alternativa aos valores de referência o objetivo deste trabalho foi desenvolver espacialmente o conceito de tempo de vida da agricultura (TVA) para o território brasileiro, além de aplicá-lo em situações possíveis para o planejamento do uso da terra. A metodologia partiu da adequação de base de dados de acesso aberto dos parâmetros da equação de TVA. Para tanto, foram executadas regressões, equações de pedotransferência e cálculos com a Equação Universal de Perda de Solo (USLE). A aplicação do conceito TVA para i) bacias hidrográficas, por meio da mediana dos valores TVA; ii) biomas, o Brasil é signatário do acordo com o Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CDB), considerando a conservação do solo uma variável na localização de novas Unidades de Conservação (UC), buscou-se identificar as áreas de menor tempo de vida potencial da agricultura (pTVA) como alvos prioritários para a criação de novas UC; iii) expansão da agricultura, buscou identificar as características das áreas de fronteira agrícola e de não fronteira em relação ao seu pTVA. Os principais resultados foram: i) é possível estimar parâmetros do solo por meio de regressões, captando entre 36% (argila) a 60% (matéria orgânica) da variância total; ii) a combinação de uso agrícola intenso e solos pouco profundos resultam em tempo de vida da agricultura menores, notadamente nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais e no bioma Mata Atlântica.; iii) o bioma Amazônia e os estados do Mato Grosso do Sul e Bahia mostraram-se as regiões de maior tempo de vida; iv) na análise por subbacias, a que se encontra em melhor condição é a bacia Amazônica; v) a determinação de áreas prioritárias para a conservação foi possível e resultou em seis mapas com áreas mais sensíveis, geralmente associações de relevo ondulado e solos rasos; vi) a análise da relação com a agricultura mostrou que em áreas consolidadas não houve diferença entre os valores totais e aquele das áreas ocupadas com agricultura. Já em áreas de expansão houve tendência de escolha de áreas com tempo de vida da agricultura potencial mais alto, ou seja, com menor risco de erosão. Este fenômeno é esperado pela teoria de ajuste territorial da agricultura (agricultural adjustment).