Revisão sistemática: imunoterapia específica para venenos de hymenoptera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Watanabe, Alexandra Sayuri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-31102006-123849/
Resumo: A hipersensibilidade a veneno de Hymenoptera representa importante problema do ponto de vista de saúde da população, uma vez que pacientes alérgicos aos componentes do veneno podem desenvolver reações graves, às vezes fatais. A única profilaxia efetiva em pacientes sensibilizados é a imunoterapia veneno específica. Objetivos: avaliar as evidências científicas a respeito dos efeitos da imunoterapia específica utilizada na profilaxia secundária das reações graves em pacientes sensibilizados a veneno de Hymenoptera, por meio da realização de uma revisão sistemática. Métodos: a estratégia de busca seguiu as recomendações do Grupo de Pele da Colaboração Cochrane. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: MEDLINE, the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL, The Cochrane Library), EMBASE, LILACS, SciSEARCH e nas referências de artigos mais relevantes. Todos os ensaios clínicos controlados e randomizados envolvendo imunoterapia com veneno de Hymenoptera versus imunoterapia com placebo ou apenas seguimento dos pacientes foram avaliados. Dois revisores de forma independente (ASW e LAMF) avaliaram a elegibilidade e a qualidade metodológica de cada ensaio clínico e extraíram os dados. O risco de reações sistêmicas, conseqüentes a ferroada acidental ou a teste de provocação com o inseto responsável, após a imunoterapia específica, foi avaliado por meio do cálculo do odds ratio e do respectivo intervalo de confiança de 95%. Resultados: 2267 resumos foram identificados. A maioria dos artigos foi excluída pelas seguintes razões: os estudos não eram controlados e randomizados ou não satisfaziam alguns critérios de inclusão. Apenas quatro estudos foram analisados. A idade dos pacientes variou entre dois e 65 anos. Apenas um estudo comparou imunoterapia com veneno de formiga contra placebo (Brown et al.) e três estudos (Hunt et al., Schubert et al. e Valentine et al.) comparam imunoterapia com venenos de abelha e vespa contra placebo ou seguimento de pacientes. Em cada estudo, o odds ratio para reações sistêmicas foi: Hunt et al.- Grupo I (veneno) x III (placebo): 0,10 (0,01 <OR < 0,68) Schubert et al.: 0,35 (0,05<OR<2,56); Valentine et al.: 0,16 (0,02 < OR < 1,21) e Brown et al.: 0,04 (0,01<OR<0,28). Após o teste de heterogeneidade, apenas dois estudos (Schuberth 1983 e Valentine 1990) se mostraram homogêneos o suficiente e assim puderam ser incluídos na meta-análise (p = 0,623). Ao combinar os dois estudos, o odds ratio passou a ser significativo: 0.29 (0.10 a 0.87). Entretanto, ao analisar a gravidade das reações ocorridas após a imunoterapia, observou-se que os benefícios podem não ser tão relevantes, pois as reações foram, na grande maioria, ou mais leves ou semelhantes à reação original. Conclusões: A imunoterapia específica deve ser recomendada para adultos que apresentaram reações sistêmicas e para crianças com reações moderadas a graves, porém não é necessária em crianças que apresentaram apenas reações cutâneas após ferroada de abelha ou vespa, principalmente se a exposição for esporádica.