Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Silva, Orjana Carvalho Alcantara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-06052010-105556/
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Resumo: |
O município de Paraty localiza-se entre os de Angra dos Reis e Ubatuba, palcos de numerosos episódios de escorregamentos. Tal como os municípios vizinhos é marcado pela presença da Serra do Mar, na qual os escorregamentos rasos de solo sob a forma de movimentos translacionais respondem pela maior parte da evolução do relevo. E, no entanto, não há ali referências de mortes associadas a estes acidentes, relativamente numerosas nos dois municípios vizinhos. A pesquisa teve por objetivo fazer uma carta da suscetibilidade a escorregamentos (SE) do município, auxiliando ao poder público local no planejamento do uso e ocupação futura do solo paratiense. Esta carta, com três classes de suscetibilidade (baixa, média e alta) foi fruto do cruzamento, em ambiente SIG, de cartas de uso e cobertura do solo (dados de imagem orbital de sensoriamento remoto e informação de campo), de litologias, de estruturas geológicas, de declividade e de forma das encostas. Foram testados três diferentes modelos digitais de elevação para a elaboração doa mapas de declividade e forma de encostas: SRTM e ASTER re-amostrados para 30 m de resolução espacial e ASTER, 15 m de resolução espacial, que foi o adotado pela distribuição mais confiável das áreas relativas às diferentes classes de suscetibilidade. Na ausência de dados de pluviosidade confiáveis e adequados à pesquisa foram considerados, para um exercício de demonstração da importância do parâmetro, dados fornecidos pela Defesa Civil de Paraty, complementados por dados de áreas circundantes (DAEE-SP e Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bocaina) e do Mapa de Isoietas da CPRM. Em trabalhos de campo por terra, mar e ar foi observado o uso e cobertura do solo e localizadas cicatrizes de escorregamentos. Considerando existirem imagens orbitais desde antes do fim do isolamento de Paraty, em 1975, obteve-se a evolução das áreas florestadas do município interpretando imagens orbitais dos anos de 1973, 1986, 1993, 2000, 2007 e 2008. As cartas assim geradas foram cruzadas com os demais parâmetros dados pelos condicionantes naturais dos terrenos, evidentemente estáveis no período, permitindo obter cartas de SE ao longo de 35 anos e sua evolução no período. A análise desta evolução é preocupante, pois mostra que a ocupação humana nas áreas de alta suscetibilidade aumentou 4,8% ao ano. Os resultados classificam 34% da área do município como de baixa suscetibilidade, 53% como de média e 13% como de alta. Observese que entre 1973 e 2008, 23% das florestas foram perdidas, com uma perda anual média de 0,6%, mais acentuada no período de abertura da BR-101 (o que é inevitável) e a partir do ano 2000 (o que é preocupante). Conclui-se que a população habita, sobretudo, as áreas de baixa suscetibilidade a escorregamentos enquanto que nas áreas de média e alta suscetibilidades, sem cobertura florestal, predominam pastos. Embora as perspectivas preocupem, este estudo alerta para um risco futuro, ainda em tempo de ser minimizado e/ou evitado. Considerando a expansão urbana e rural como inevitável, um Plano Diretor que considere a suscetibilidade a movimentos de massa é imprescindível. |