Metodologia da indução mutações em de eucalipto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1970
Autor(a) principal: Bandel, Gerhard
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-154255/
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade expor a metodologia a ser empregada num programa de indução de mutações por radiação gama e por mutagênicos químicos, em Eucalyptus. As três espécies estudadas foram:E. tereticornis Sm., E. citriodora Hook e E. maculata Hook. As sementes das três espécies foram tratadas com as seguintes dosagens de radiação gama: O (controle), 10, 20, 30 e 40 KR. Os tratamentos das sementes com soluções de mutagênicos químicos foram os seguintes: (Descrito na Dissertação). As sementes das três espécies de Eucalyptus tratadas com agentes mutagênicos foram semeadas em caixas coletivas de madeira com uma mistura de terra, areia e esterco esterilizados; o experimento foi instalado na casa de vidro do Instituto de Genética, em Piracicaba. Aos 60 dias após a semeadura foi determinado o número de plantas vivas nos vários tratamentos. Com base nos resultados destas contagens determinaram-se os tratamentos que podem ser indicados para um programa de indução de mutações, para as três espécies estudadas de Eucalyptus. A LD50 (dose letal 50%) foi empregada para se estimar o tratamento indicado num programa de mutações induzidas por radiação gama; para os mutagênicos químicos, os tratamentos indicados correspondem aproximadamente as LD30 a LD50. Aos 45 e 60 dias após a semeadura foram realizadas medições das alturas das plantas. Essas medições serviram para estimar se os tratamentos das sementes com agentes mutagênicos aumentam a variabilidade fenotípica em M1. Para se verificar se havia ou não alguma relação do volume nuclear com a radiosensitividade de de uma determinada espécie, foram medidas os volumes nucleares médios de dois tipos de células, nas três espécies de Eucalyptus: células meristemáticas de raízes e células iniciais de gêmulas do embrião de sementes. Verificou-se a presença de algumas plantas com quimeras albinas, folhas com colorações diferentes das normais, folhas e ramos disformes etc. Estas alterações fenotípicas foram observadas em plantas originadas de sementes tratadas com agentes mutagênicos. Os resultados obtidos podem ser resumidos nos seguintes tópicos: 1) Segundo os dados experimentais a LD50 do E. tereticornis é de 13,2 ± 2,7 KR, a LD50 do E. citriodora é de 19,6 ± 3,1 KR e a LD50 do E. maculata é de 25,2 ± 3,2 KR. Estas são as dosagens de radiação gama recomendadas para um programa de indução de mutações, para as três espécies de Eucalyptus, de acordo com os nossos resultados experimentais. 2) Quanto maior for a dosagem de radiação gama recebida pelas sementes de eucalipto, menor será o desenvolvimento das plantas. O fato das plantas originadas de sementes irradiadas com 30 KR terem um desenvolvimento superior às plantas dos tratamentos com 20 KR, pode ser explicado pela competição entre as mudas, dentro da caixa coletiva. 3) Quanto maior for a dosagem de radiação gama recebida pelas sementes, tanto maior será. a variabilidade na altura das plantas originadas dessas sementes. 4) Para um programa de mutações induzidas por mutagênicos químicos são indicados os seguintes tratamentos das sementes: Óxido de etileno - tratamento com soluções a 0,30% durante 2 horas ou com soluções a 0,15% durante 4 horas, para o E. tereticornis; tratamento com soluções a 0,15% ou 0,30% durante 4 horas, para o E. citriodora; tratamento com soluções a 0,30% durante 4 horas, para o E. maculata. Etileneimina - tratamento com soluções a 0,08% durante 6 horas, para as três espécies de Eucalyptus. Sulfato de dietilo - tratamento com soluções a 0,30% durante 2 horas, para o E. tereticornis e tratamento com soluções a 0,30% durante 4 horas para o E. citriodora e para o E. maculata. Metanosulfonato de etilo - tratamento cem soluções a 0,50% durante 12 horas, para o E. tereticornis e para o E. maculata tratamento com soluções a 0,25% ou 0,50% durante 12 ou 24 horas, para o E. citriodora. Epicloridrina - tratamento com soluções a 0,30% durante 2 horas, para o E. tereticornis e tratamento com soluções a 0,30% durante 4 horas, para o E. citriodora e o E. maculata. 5) O tratamento das sementes das três espécies de Eucalyptus com soluções de etilenoimina, com sulfato de dietilo e com metanosulfonato de etilo estimula o desenvolvimento das plantas, com base nas medições em altura das plantas dos diversos tratamentos, em relação às testemunhas. Convém lembrar que o estímulo no crescimento das plantas causado pelas três drogas citadas talvez não se manifeste em outras condições experimentais. 6) As sementes das três espécies estudadas de Eucalyptus apresentam diferentes sensibilidades aos cinco agentes químicos empregados neste experimento. 7) A variabilidade na altura das plantas originadas de sementes tratadas com mutagênicos químicos não diferiu da variabilidade na altura das plantas testemunhas. 8) Comparando-se as três espécies estudadas de Eucalyptus, a variabilidade das alturas das plantas originadas de sementes tratadas com radiação gama e com mutagênicos químicos não diferiu entre si. 9) De acordo com os nossos resultados experimentais, não é possível predizer-se a rádio sensitividade das sementes das três espécies estudadas de Euçalyptus, com base nas medições dos volumes nucleares de células meristemáticas de raízes e de células iniciais de gêmulas do embrião de sementes. 10) As quimeras albinas, as folhas e ramos deformados observados em plantas originadas de sementes tratadas com agentes mutagênicos, provavelmente são simples alterações fenotípicas e não efeitos de mutações gênicas; as mutações gênicas recessivas manifestam-se na geração M2.