Tafoflora das camadas Nova Iorque, depósitos neógenos do Rio Parnaíba, município de Nova Iorque (MA), Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Cristalli, Patricia de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-21102015-150620/
Resumo: Através de estudos morfológicos, sistemático e tafonômico, acurado de fitofósseis procedentes das camadas Nova Iorque (cobertura cenozóica da bacia sedimentar do Parnaíba, no Estado do Maranhão), é descrita e registrada a única tafoflora neógena documentada do Nordeste Ocidental brasileiro. Tenta-se estabelecer sua composição taxonômica e ambiente deposicional, inferir sua idade e suas possíveis interpretações paleoclimáticas, paleoecológicas e paleogeográficas. Trata-se do resgate de documentário palaeontológico cujo jazigo encontra-se atualmente submerso nas águas da represa formada pela barragem de Boa Esperança. A assembléia consta de 83 espécimes depositados, desde 1936, na Seção de Paleontologia do DNPM - Rio de Janeiro. A maioria foi preservada como compressões carbonosas. Através de análise sistemática, vinte e oito espécimes puderam ser identificados em seis ordens: Fabales (dez folíolos em cinco parataxa e um fruto), Laurales (oito folhas em um parataxon), Sapindales (seis foliolos em dois parataxon), Malvales (uma folha em um parataxon), Ebenales (uma folha em um parataxon) e Liliales (uma folha em um parataxon). Além de 55 espécimes em 17 parataxa e um grupo de restos foliares irreconhecíveis. Através de análise florística detecta-se a presença de floresta pouco fechada, próxima de um corpo aquoso e provavelmente a uma certa altitude que não ultrapassaria os 800 metros, num clima regional de umidade não muito alta. Os dados palinológicos obtidos por Lima (no prelo) sugerem a existência de uma vegetação rasteira, tipo campo, sob condições climáticas quentes e provavelmente secas dada a presença de grande quantidade de gramíneas e compostas. A aparente contradição entre as análises florísticas macro e microfitofossilíferas é interpretada no texto. A análise tafonômica revela que os fitofósseis das camadas Nova Iorque sofreram pequeno transporte e ataque biológico, antes da deposição. A grande maioria das folhas teria atingido direta ou rapidamente um corpo aquoso. Permite estabelecer ainda o ambiente lacustre como o ambiente deposicional mais provável para as camadas Nova Iorque. Através de análise multivariada de caracteres morfológicos e biométricos foliares de quatorze tafofloras da América Neotropical foram realizadas inferências paleoclimáticas. A flora miocena do leste da Colômbia e as pliocenas das camadas Nova Iorque-MA e de Ouriçanguinhas- BA sugerem ter estado sujeitas a maior equabilidade de condições climáticas (Tropical), sendo que a primeira e a última em condições mais úmidas. Infere-se para a tafoflora de Nova Iorque, paleoecologicamente, uma vegetação de caráter não decíduo, de dossel parcialmente fechado e a presença de, no máximo, dois estratos: um arbóreo e outro arbustivo. Do ponto de vista paleogeográfico pode-se inferir que, durante o Plioceno, a Floresta Atlântica se estendesse até o Maranhão. A área hoje é dominada por flora de caatinga mas ocorrem ainda refúgios na forma de flora residual dos \"brejos\" considerada como dependências mediterrâneas da Floresta Atlântica também denominada de Floresta Tropical Ripária com suas matas de galeria e capões. A idade pliocena é sugerida pelos palinomorfos Striasyncolpites, zwaardi, Psilatricolporites divisus e Echitricolporites mcneillyi, cujas presenças foram detectadas por Lima (no prelo). A associação tafoflorística é compatível com essa idade.