Macrofitofósseis em tufos calcários quaternários do norte da Bahia como indicadores paleoclimáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cristalli, Patricia de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-18112015-111028/
Resumo: Estudo de folhas fósseis preservadas nos tufos calcários, datados pela série de desequilibro do urânio, objeto do presente trabalho, permitiram investigar mudanças da vegetação e do clima ocorridas entre 21.000 e 9.000 anos atrás ao longo do vale do rio Salitre, no município de Campo Formoso, norte da Bahia, área atualmente com típica ocorrência de caatinga e clima semi-árido. Foram descritos 69 morfotipos, tendo sido identificadas 49 através de estudos comparativos com material do herbário ALCB, da Universidade Federal da Bahia e estudos complementares efetuados no herbário SPF, da Universidade de São Paulo. Estão presentes cinco espécies de Annonaceae e Euphorbiaceae, quatro espécies de Malvaceae e Lamiaceae, três de Begoniaceae, duas espécies de Bignoniaceae, Chrysobalanaceae, Elaeocarpaceae, Malpighiaceae e Sterculiaceae, além de uma espécie de Apocynaceae, Aquifoliaceae, Boraginaceae, Campanulaceae, Cecropiaceae, Celastraceae, Connaraceae, Dilleniaceae, Clusiaceae, Olacaceae, Phytolacaceae, Piperaceae, Rhamnaceae, Rosaceae, Rutaceae e Tiliaceae, sendo considerada uma assembléia bem diversificada. A análise fisionômica das folhas fósseis, diferentemente de outras análises fisionômicas publicadas que utilizam padrões fisionômicos mundiais, teve como base uma comparação dos padrões fisionômicos estabelecidos a partir de exemplares representativos de toda vegetação atualmente presente no Estado da Bahia. Ambas análises, sistemática e fisionômica das folhas, resultaram no reconhecimento de mistura de vegetações no passado, caracterizada pela presença de elementos da caatinga, cerrado e das florestas estacionais. Espécies das duas últimas vegetações tiveram suas origens associadas à migração de coberturas, hoje localizadas no oeste baiano e nas porções mais elevadas da Chapada Diamantina, respectivamente. As duas análises, em conjunto, permitiram inferir vegetação de dossel fechado e representativo de clima mais chuvoso do que o clima atual. A análise tafonômica do depósito sugere distribuição mais uniforme das chuvas ao longo do ano, podendo refletir em clima com menor duração da estação seca. Foi possível estabelecer dois sub-ambientes deposicionais assim como condições transicionais entre ambos, reconhecendo feições indicativas de fluxo turbulento de água e feições indicativas de fluxo pouco turbulento. A análise tafonômica só foi possível através do estudo comparativo realizado com os depóstios de tufos calcários atuais na região de Bonito, MS. Não há indicações de corredores entre as vegetações atlântica e amazônica como sugerido em alguns trabalhos prévios.