Identificação da variabilidade proteômica da forma promastigota das especies de Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) braziliensis, e Leishmania (Leishmania) chagasi, utilizando uma abordagem shotgun proteomics.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Saad, Joyce Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-10042023-174529/
Resumo: A leishmaniose é um grupo de doenças negligenciadas causada por um parasito tripanossomatídeo pertencente ao gênero Leishmania podendo manifestar-se de diferentes formas de acordo com a espécie infectante e a resposta imune do hospedeiro. A leishmaniose está classificada em tegumentar (cutânea) e visceral, podendo a tegumentar manifestar-se nas formas localizada, difusa, disseminada e mucocutânea. As análises filogenéticas revelam uma relação parental entre diferentes espécies de Leishmania, no entanto para muitas espécies, o estado filogenético ainda não foi resolvido. O estudo tem o objetivo de utilizar as técnicas protêomicas para comparar o proteoma da forma promastigota de três espécies de Leishmania: Leishmania (Leishmania) amazonensis, Leishmania (Viannia) braziliensis e Leishmania (Leishmania) infantum chagasi identificando diferenças proteicas entre as fases exponencial e estacionária entre as espécies e dentro de uma mesma espécie de modo a auxiliar a caracterização das diferentes espécies do gênero Leishmania. Além disso, para mimetizar o evento destes parasitos quando transferidos do flebotomíneo para o hospedeiro mamífero durante o repasto sanguíneo, uma parte dos parasitos foi incubada no 6° dia a 34° C por 24h. Como resultado identificamos um total de 6494, 3800 e 4155 para as condições exponencial, estacionária a 25°C e estacionária a 34°C respectivamente, tendo sempre maior quantidade de proteínas identificadas para L. (V.) braziliensis. Entre as condições analisadas a fase exponencial foi a que apresentou a maior quantidade de proteínas identificadas, e também de proteínas únicas. Das proteínas encontradas reguladas destacam-se proteínas ribossômicas, proteínas de choque térmico, quinases e proteínas envolvidas em vias metabólicas. As espécies L. (V.) braziliensis e L. (L.) infantum são as que apresentam maiores diferenças entre si, enquanto L. (L.) amazonensis apresenta um perfil intermediário. As três espécies apresentam uma distinção entre a condição de desenvolvimento (exponencial) e estacionária como esperado, mas a novidade é ver diferenciação no proteoma entre as duas condições estacionárias para L. (L.) amazonensis e L. (L.) infantum, não sendo observado o mesmo perfil para L. (V.) braziliensis. Os resultados comparativos entre a proteômica baseada em espectrometria de massas e western blotting apresentou diversidade de resultados mostrando que a metodologia utilizada nesse estudo vem a ser mais precisa na identificação de isoformas proteicas e pode oferecer uma complementariedade a essa técnica. Esse estudo mostra pela primeira vez a modulação de vias especificas na transição entre as fases de crescimento e a mudança de temperatura em L. (L.) amazonensis, L. (V.) braziliensis e L. (L.) infantum, melhorando o conhecimento sobre as vias chaves para a resposta do parasito ao ambiente.