Expressão in situ de mediadores imunológicos do perfil Th17 na Leishmaniose Tegumentar Americana causada por Leishmania (Leishmania) amazonensis e Leishmania (Viannia) braziliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Gabriela Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-27042022-153801/
Resumo: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas e imunopatológicas resultantes da interação entre as diferentes espécies de Leishmania e os mecanismos da resposta imune do hospedeiro. No Brasil, Leishmania (Viannia) braziliensis [Lb] e Leishmania (Leishmania) amazonensis [La] são as espécies que apresentam o maior potencial patogênico para o homem, sendo responsáveis pelas formas clínicas: leishmaniose cutânea localizada (LCL), leishmaniose cutânea anérgica difusa (LCAD) e leishmaniose cutâneo-mucosa (LCM). As formas clínicas LCAD [La] e LCM [Lb] são as formas mais severas e ocupam os polos de hipo e hiperreatividade da resposta imune celular, caracterizadas pelos perfis preferencialmente Th2 e Th1, respectivamente. Outras células podem participar da patogenia da LTA, como as células Th17, que são resultantes de células TCD4+ naïve reguladas pelo fator de transcrição RORt e se diferenciam na presença de IL-6, TGF-, IL-1, e IL-23, expressando principalmente IL-17. Trabalhos na literatura sobre a participação das células Th17 na patogênese das principais formas clínicas da LTA, ainda permanecem escassos. Assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar a resposta imune celular mediada por células do perfil Th17, através da determinação da expressão in situ de mediadores imunológicos das células Th17 (RORt, IL-17, IL-6, TGF-, IL-1, e IL-23), no espectro clínico e imunopatológico da LTA causada por L. (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. Foram incluídas neste estudo, 40 biópsias de casos do espectro da LTA: LCAD (n=8), LCL [La] (n=17), LCL [Lb] (n=9) e LCM [Lb] (n=6), que foram processadas pela reação de imunoistoquímica. A densidade células imunomarcadas (células/mm2 ) foi determinada em sistema de análise de imagem utilizando software AxioVision 4.8 (Zeiss). Foi avaliado o efeito do Tempo de Evolução da Doença (TED) sobre a expressão de marcadores imunológicos do perfil Th17, nas diferentes formas clínicas de LTA e nas alterações histopatológicas, empregando-se a Análise de Variância com Adição de Variável Controle (ANCOVA) em software SPSS. Nossos resultados mostraram uma expressão significativamente aumentada para os marcadores RORt, IL-17, IL-6, IL-1 e IL-23, nas formas polares (LCAD e LCM); uma maior densidade de células que expressavam TGF- foi vista na LCAD. Quando se avaliou o efeito do TED sobre a expressão dos mediadores imunológicos no espectro da LTA, foi observado que o TED interfere na maior expressão de RORt entre as formas clínicas LCAD e LCM, e de IL-6 entre LCAD e LCL [Lb] e entre LCAD e LCM. Esse efeito do TED também foi demonstrado sobre uma maior expressão de RORt, IL-17, TGF- e IL-23 nos achados histopatológicos e sobre RORt e IL-6 no parasitismo. Em conjunto, a expressão dos mediadores imunológicos do perfil Th17 nas diferentes formas clínicas do espectro da LTA, bem como o efeito do TED sobre os mesmos, demonstram a participação dessa linhagem celular na imunopatogenia da LTA e na modulação das alterações histopatológicas. Deste modo, nossos achados mostram a participação de uma resposta do tipo Th17, especialmente nas formas polares e mais graves do espectro da LTA. O papel dúbio apresentado pelas células Th17 possivelmente favorece uma supressão de resposta imune e persistência parasitária na LCAD; enquanto que na LCM contribui para uma resposta imune exacerbada e escassez parasitária