Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Tano, Fabia Tomie |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-18012024-184612/
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Resumo: |
Doenças humanas causadas por protozoários do gênero Leishmania são classificadas de acordo com suas manifestações clínicas em leishmaniose visceral e tegumentar. Recentemente, nosso grupo comparou as cepas PH8 e LV79 de Leishmania (Leishmania) amazonensis, um dos principais agentes etiológicos da leishmaniose tegumentar no Brasil. Parasitos da cepa PH8 causam lesões maiores e com maior carga parasitária em modelos murinos. Além disso, um maior número de promastigotas de PH8 adere e é internalizado por macrófagos murinos in vitro, indicando uma diferença na composição da membrana das cepas. Neste projeto mostramos que promastigotas de PH8 são mais resistentes à lise por complemento (soro) murino do que os de LV79. Tendo em mente as diferenças de infectividade e sensibilidade à lise descritas, este estudo teve como objetivo principal analisar a composição da membrana de promastigotas de fase estacionária inicial de PH8 e LV79, com o intuito de identificar moléculas potencialmente envolvidas nas diferenças de fenótipo observadas. Para tal, a caracterização bioquímica preliminar do lipofosfoglicano (LPG) e a análise comparativa do proteoma de membrana foram realizadas, e os resultados dessa última foram confirmados por Western blot e ensaios de atividade enzimática. A caracterização bioquímica preliminar indica que o LPG de PH8 possui um número menor de unidades repetitivas, que são desprovidas de cadeias laterais. Em contrapartida, o LPG de promastigotas de LV79 é formado por unidades repetitivas sem cadeia lateral ou com cadeias laterais compostas por mono- e dissacarídeos, confirmando a existência de polimorfismos entre cepas. A análise comparativa do proteoma de membrana indica que cada cepa possui um possui um perfil característico. Das 1659 proteínas identificadas, 127 são mais abundantes em promastigotas de PH8 e 78 mais abundantes em LV79. Dentre as proteínas mais abundantes em LV79, a maioria participa da síntese proteica (47%), do metabolismo de aminoácidos (21%) e do metabolismo de nucleotídeos (14%). Por outro lado, as proteínas mais abundantes em PH8 estão envolvidas principalmente no metabolismo de carboidratos (21%), na composição do citoesqueleto (17%) e no tráfego de vesículas e membrana (13%). Proteínas relacionadas à virulência como o transportador putativo ABC (ATP-binding cassette) da subfamília G, membro 1 e a enolase foram identificadas como mais abundantes em PH8, em contrapartida a glicoproteína 63 (GP63) foi identificada como mais abundante em LV79. As análises da abundância da GP63 e da enolase por Western blot confirmam o que foi observado na análise proteômica. Contudo, ensaios de atividade enzimática obtiveram resultados dissonantes, indicando que a atividade dessas proteínas pode ser regulada e não necessariamente corresponde a sua expressão. Ao todo, nossos resultados indicam que as composições da membrana de promastigotas de PH8 e LV79 diferem entre si. Experimentos adicionais precisam ser realizados para determinar as implicações dessas diferenças nos fenótipos das duas cepas. |