Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Mariana de Souza Aranha Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-01122022-112250/
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Resumo: |
O camundongo mutante espontâneo tremor (tr) foi identificado no Biotério do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. A mutação foi assim denominada pois a primeira característica fenotípica aparente dos animais foi o tremor ao se movimentarem. A mutação, autossômica recessiva, foi inicialmente observada em camundongos Swiss, e mais tarde, por meio de dez retrocruzamentos, foi transferida para a linhagem congênica C57BL/6 (N10), pois isso possibilitaria o mapeamento genético para encontrar a mutação. Além do tremor a característica mais marcante desses mutantes foi a presença de convulsões clônicas de origem audiogênica, crises reflexas que se encaixam no diagnóstico de epilepsia, fazendo com que esses camundongos sejam considerados um novo modelo animal para o estudo desta disfunção. Para aprimorar a caracterização do mutante tremor foram estudadas suas respostas em testes comportamentais e o seu desenvolvimento pós-natal físico e de reflexos. Com os resultados do desenvolvimento pós-natal identificou-se que os mutantes tremor apresentaram alterações, como incoordenação motora e diminuição das respostas similares as de ansiedade, somente após o desmame, ou seja na terceira semana de vida. Resultados preliminares do mapeamento genético utilizando marcadores microssatélites distribuídos pelo genoma do camundongo, indicaram que a mutação se encontraria no cromossomo 14, na região entre 33,21 e 38,21cM, tendo como gene candidato mais provável o Egr3; entretanto, o sequenciamento realizado pelo método Sanger não apresentou alterações quando comparado aos camundongos controle (Wild Type WT). Para a caracterização das crises epilépticas os camundongos foram expostos à estímulo acústico com frequência de 20kHz, apresentando convulsão audiogênica clônica generalizada. Trinta minutos após a convulsão a expressão de RNA mensageiro (mRNA) do gene candidato Egr3 e dos genes Gabra1 e Gabra 4, descritos na literatura como relacionados ao surgimento e ao desenvolvimento de convulsões, foi quantificada no hipocampo por qRT-PCR. Foi quantificada também a expressão das citocinas pró-inflamatórias Tnf-α, Il-1β, Il-6, Ccl2 e Ccl3. Os neurotransmissores, e seus metabólitos, que são considerados importantes para o desenvolvimento e controle das crises epilépticas foram quantificados por HPLC, sendo eles: ácido γ-amino butírico (GABA), glutamato (GLU), glicina (GLY), aspartato (ASP), dopamina (DA), ácido 3,4-di-hidroxifenilacético (DOPAC), ácido homovanilico (HVA), noradrenalina (NOR) ácido vanilmandélico (VMA), serotonina (5-HT) e ácido 5 hidroxi indol acético (5HIAA). Quando comparados aos camundongos WT os mutantestremor apresentaram aumento na concentração de GABA, GLU, ASP, NOR e neurotransmissores da via serotoninérgica e diminuição dos níveis de HVA e de GLY no hipocampo. Em relação à expressão gênica, observou-se superexpressão de ll-1β e Ccl3 no hipocampo dos camundongos tremor naive, com diminuição significativa 30 minutos após a convulsão. Ao contrário, a expressão de Gabra1 e Gabra4 que se encontrava diminuída no hipocampo dos camundongos tremor naive, aumentou após a convulsão. Esses resultados indicaram que os genes Egr3, Gabra 1 e 4 e as citocinas ll-1β e Ccl3 estão envolvidos no mecanismo de surgimento e desenvolvimentos das convulsões no mutante tremor, que pode ser caracterizado como um novo modelo animal para estudo de epilepsia. |