Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pisani, Ana Luisa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-20022024-144038/
|
Resumo: |
A presente Tese objetiva examinar o discurso de Christine de Pizan (c. 1364 - c. 1430), poeta e filósofa franco-italiana, a partir de sua obra O Livro do Corpo Político (1404-1407), através da categoria analítica de gênero. Na supracitada obra, Christine pondera sobre o seu meio social utilizando a imagem do corpo em caráter metafórico, a exemplo confesso de Plutarco (c. 46 120), para destacar o lugar, as funções e a importância de cada um nesta estrutura, sugerindo e reprimindo atitudes. Desta forma, o corpo político de Christine apresenta o retrato dos vícios sociais e políticos do medievo, revelando a aspiração por uma sociedade plena e virtuosa. Em diálogo com outras obras de Christine, destacadamente A Cidade das Damas (c. 1405), percebe-se não apenas o desejo de uma nova estrutura social, mas, substancialmente, a projeção de um feminino participativo, inclusive das decisões políticas, cuja atuação movimentou a história. Por muito tempo a memória coletiva, e, portanto, os estudos históricos estiveram circunscritos a uma narrativa essencialmente masculina, que foi responsável por reproduzir imagens de um feminino inferiorizado, ocasionando uma visão estereotipada negativa em relação ao espaço deste feminino. Sob este prisma, foi sugerida uma reescrita da história, que buscasse contemplar as ações femininas, surgindo assim uma história das mulheres. Entretanto, historiadores e historiadoras observaram não somente as possibilidades, mas também algumas limitações deste modelo. Por conseguinte, propõem-se refletir o feminino em diálogo e conflito perante o masculino, a partir da perspectiva de gênero, a qual enfatiza justamente as tensões pela escrita e, portanto, pelo poder. Neste sentido, o presente estudo objetiva não apenas escutar, ou mesmo anexar sua história (História Anexo), mas proporcionar visibilidade à obra de uma mulher medieval, que por sua vez reverbera muitos outros atuantes femininos, que sob a imposta trama do silêncio permaneceram enquanto vozes subalternas |