Crise e vanguarda: Koellreutter entre o moderno e o contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira Junior, Antonio Herci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-18032019-115905/
Resumo: Aborda-se aqui a trajetória do compositor Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005) e as relações com o debate teórico e prático da arte e estética do século XX, a partir de seus textos e obras. Uma estética que se desenvolve em íntima colaboração com a formulação de uma filosofia da história da arte que o compositor, paralelamente à sua prática composicional, expressa em artigos, palestras e cursos. A filosofia da história que vai construindo apresenta-se como a articulação entre duas temporalidades: grandes e pequenos períodos (Introdução), cujos marcos são transições, caracterizadas por crises entre sistemas que se esgotam ou que emergem para sua superação. Entre uma modernidade e uma contemporaneidade anacrônicas, a trajetória do compositor acaba nos proporcionando um modelo paradigmático dessa caracterização de crise estética apresentando alguns sintomas dessa dupla temporalidade: (i) a ressonância anacrônica dos vanguardismos do século XX aproximação arte vida comum; dessacralização dos valores da arte; quebra de protocolos ou preconceitos; subversão do meio; denúncia ou reflexão sobre os modos de produção; arte contra o consumo (Caps. I e II) , ocorrendo junto com (ii) tópicos que se tornariam marcas na contemporaneidade: arte funcional; autoria em rede colaborativa; arte voltada para a circulação; campo expandido e site específico (Cap. III). Por serem momentos de crise, transformações e hibridismo entre o velho e o novo carregam forças opostas: o primeiro resistindo e constituindo oposição através das formalizações e regulações; o segundo subjetivando-se através de novos paradigmas de forma e performance, momentos onde pode constituir-se uma vanguarda (Caps. II e III): um grupo que, em sintonia com sua época, consegue ligar as aspirações estéticas e formais com os conteúdos relevantes para interferir diretamente nessas transformações. Koellreutter compôs três peças na década de 1980 aqui escolhidas como material básico para exemplos e modelos: Ácronon, Nova-mente e Rôdô, músicas que novamente anunciavam o novo, cinquenta anos depois que aportou no Brasil, já como fenômeno de novidade (Cap. III). Tenta-se mostrar (Considerações Finais) como o compositor, ao lidar com essas duas forças a tradição e a modernidade tenta constituir uma relação que ele denomina de alfa privativaseu conceito de contrário sem contradição onde ele pode integrar tradição e a ruptura assim como o ruído e informação, estabelecendo íntima relação entre a ética e a estética.