O manejo do ambiente luminoso em sistemas agroflorestais de usos múltiplos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Kenia Fernanda Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-14022023-154332/
Resumo: Considerando a grande diversidade de espécies arbóreas nativas e os modestos avanços da silvicultura sobre estas em sistemas produtivos, este estudo teve como objetivo verificar as respostas de diferentes espécies nativas à variação do ambiente luminoso. Para isso, talhões de eucalipto foram desbastados, de maneira sistemática e progressiva, proporcionando diferenças gradativas nas coberturas de dossel. O experimento com quatro blocos não casualizadas era composto por cinco tratamentos, com diferentes níveis de densidade florestal, T100 - 100% do eucalipto, T75 - 75% do eucalipto, T50 - 50% do eucalipto, T33 - 33% do eucalipto e T0 sem eucalipto/pleno sol, e três subtratamentos S1 Pioneiras (PIO), S2 Não pioneiras (NPIO) e S3 Plantio misto (MIX). Para a cultura do eucalipto, foram caracterizadas o incremento médio anual e a área basal como resultados dos desbastes diferenciais em cada tratamento. O tratamento T33, em função da redução da competição, proporcionou os maiores ganhos diamétricos, 2,2 cm/ano/árvore, porém apresentou a menor área basal dada a menor densidade florestal. O monitoramento do dossel do eucalipto foi feito pelo método de fotografias hemisféricas. Maiores intensidades de desbastes, ao proporcionarem maiores espaços para o crescimento das copas, resultaram em maiores ganhos no índice de cobertura do dossel. Com o auxílio de sensores luminosos, dispostos sob as diferentes condições de cobertura vegetal, foram medidas as condições de luz presente no sub-bosque de cada tratamento. A luz disponível ao longo dos tratamentos variou de 41,01% a 91,50% da luminosidade máxima possível no início do experimento, e 35,35% a 83,41% ao final das observações. As quarenta espécies de árvores nativas brasileiras (20 espécies pioneiras e 20 não pioneiras) implantadas no sistema, e que estiveram submetidas às diferentes condições de radiação, foram avaliadas em censo para mortalidade, crescimento em altura, incremento em diâmetro do coleto e observação de respostas plásticas. Para a mortalidade observou-se um continuum de respostas, com tendências de maiores mortalidades nas condições extremas opostas de radiação, estas encontradas nos tratamentos T0 (pleno sol) e T100 (ambiente mais sombreado). O grupo das espécies pioneiras apresentou a maior plasticidade para crescimento em altura, a resposta conhecida como “síndrome de evitação de sombra” foi impulsionada pelos tratamentos T75 e T50. Os maiores ganhos diamétricos para todos os subtratamentos (PIO, NPIO e MIX) foram proporcionados pelas condições de pleno sol (T0). As espécies Schinus terebinthifolius (Aroeira pimenteira) e Peltophorum dubium (Canafístula) foram individualmente analisadas. Em função dos seus diferentes usos e potenciais econômicos, que são otimizados por diferentes condições de luz, é recomendado que S. terebinthifolius seja cultivada a pleno sol e P. dubium sombreada (aproximadamente 45% de radiação solar disponível).