Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Mayra Cristina da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-31052021-173018/
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Resumo: |
O presente trabalho consiste em um estudo de caso histórico sobre a pilha criada por John Frederic Daniell (1790-1845), com os objetivos de compreender o dispositivo desenvolvido originalmente e realizar uma análise de sua apropriação por livros didáticos. Há importantes disparidades entre modelos didáticos da pilha de Daniell elaborados ao longo do século XX e o dispositivo original, refletindo objetivos educacionais e didáticos nem sempre explícitos. A pesquisa teve como alicerce teórico-metodológico a contemporânea historiografia da ciência. O estudo de caso foi desenvolvido essencialmente a partir de fontes primárias: duas edições de um livro escrito por Daniell, além de comunicações feitas pelo autor para a Royal Society entre 1836 e 1839. Para análise dos livros didáticos, foi considerada uma amostra de livros de química geral para o ensino superior publicados nos EUA, pertencentes ao acervo do Grupo de Pesquisa em História da Ciência e Ensino de Química (GHQ) do IQ-USP. Foram identificados os capítulos sobre os conteúdos de eletroquímica e, em seguida, as referências à pilha de Daniell. Essas ocorrências foram registradas em diário de pesquisa. O estudo de caso revela que Daniell buscava um dispositivo capaz de produzir corrente elétrica estável por um tempo superior ao de outras pilhas desenvolvidas até então. As pilhas anteriores apresentavam inconvenientes principalmente em relação à deterioração dos eletrodos pela ação dos eletrólitos, que eram misturas de ácidos fortes. Daniell trabalhou por melhorias em sua pilha, à qual ele se referia como bateria constante. Seu arranjo permitia manter a concentração dos eletrólitos por mais tempo e, fazendo associações de até 70 células, foi possível obter correntes elétricas que eram mantidas por horas. Além do interesse científico, existiam motivações extrínsecas para seu trabalho de investigação. A produção da bateria constante, naquele momento, se relacionava à busca de fontes de alimentação para telégrafos elétricos. A partir da compreensão da elaboração original da pilha de Daniell, foi feita uma análise da apropriação desse dispositivo como modelo didático em livros de química. De forma geral, chama a atenção que, desde as primeiras décadas do século XX, a pilha de Daniell aparece nos livros didáticos com muitas diferenças em relação ao dispositivo original. Nas décadas de 1930 a 1950, a pilha de gravidade era apresentada como sendo a pilha de Daniell. Em livros do século XXI, o modelo didático tornou-se a célula voltaica com ponte salina. Os modelos didáticos para a pilha de Daniell estiveram associados a diferentes conteúdos, com papéis diversos no ensino de eletroquímica. Foi possível observar o distanciamento entre o contexto científico e os contextos de ensino: nestes últimos, praticamente não há justificativa para a atribuição do nome de Daniell a diferentes modelos de pilha. |