"Pé diabético: fatores comportamentais para a sua prevenção"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Rocha, Roseanne Montargil
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08122005-090107/
Resumo: Estudo quanti-qualitativo realizado no Centro Educativo de Enfermagem para Adultos e Idosos, em 2004, com os objetivos de identificar os fatores que influenciam o comportamento de pessoas diabéticas acerca dos cuidados essenciais com os pés, com vista à prevenção do pé diabético e verificar a discrepância entre conhecimento e comportamento acerca destes cuidados essenciais com os pés. O referencial metodológico baseou-se no modelo Predisponing, Reinforcing and Enabling Causes in Educational Diagnosis and Evoluation – PRECEDE. Participaram 55 pessoas diabéticas, que atenderam os critérios de inclusão e exclusão. Utilizou-se para a coleta de dados formulário, questionários e entrevista semiestruturada. Em relação ao diagnóstico social e epidemiológico obtivemos que a maioria dos sujeitos é do sexo feminino; na faixa etária de 60 a 79 anos; com diabetes do tipo 2; o tempo de diagnóstico variou de 6 a 10 anos; com grau de instrução e poder aquisitivo baixos; e condições de moradia satisfatórias. Quanto ao tratamento, todos os sujeitos referiram seguir um plano alimentar; 65% realizavam atividade física; 74,5% utilizavam agente oral e 36,4% insulina. No que se refere as comorbidades 70,9% apresentavam hipertensão arterial; 50,9% catarata; 23,6% retinopatia; 30,9% doença vascular periférica e 63,4% obesidade. Os valores de glicemia, colesterol, triglicérides e hemoglobina glicada A1c estavam acima do limite superior do método. As alterações neuropáticas, circulatórias e dermatolocais mais significativas foram: o ressecamento, a fissura, o dedo em garra; a acentuação do arco plantar; a elevação do dorso plantar; os calos; a cãibra, o adormecimento; o formigamento; a ausência de sensibilidade; a alteração da mobilidade articular; as varizes; o edema; a onicomicose; a unha encravada e corte inadequado das unhas. Em relação ao diagnóstico comportamental e educacional houve discrepância entre o comportamento e o conhecimento em relação aos cuidados essenciais com os pés. Os comportamentos adequados foram: secagem dos espaços interdigitais; uso de calçados macios e confortáveis; não utilização de bolsa de água quente; verificação do calçado antes de usá-los; não andar descalço. Os conhecimentos corretos mostraram que os sujeitos reconhecem a importância: do exame diário dos pés; do corte de unhas adequado; de lavar os pés diariamente; de não andar descalço e de secar os espaços interdigitais. A análise qualitativa dos dados possibilitou identificar três categorias analíticas a percepção das pessoas diabéticas frente às complicações nos pés advindas do diabetes, o significado da descoberta e vivência do diabetes; e a influência dos referentes sociais. Estas categorias nos permitiram identificar as crenças comportamentais e normativas que influenciam o comportamento de pessoas diabéticas acerca dos cuidados essenciais com os pés. Entre as crenças encontramos: retardo na cicatrização de feridas; o diabetes leva ao desequilíbrio emocional, psicológico e físico; o homem é mais descuidado que a mulher; a amputação é o fim da vida; a expressão pé diabético é uma alerta constante;hidratar os pés é coisa de mulher; grupo de educação em diabetes como fonte de aprendizado; os pares ajudam e encorajam e a família (cônjuge, filhos, parceiros) interfere positiva e negativamente.