Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Viel, Jefferson Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-05012018-111710/
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Resumo: |
A presente dissertação tem como objetivo investigar a formação do conceito de trabalho ima-terial na filosofia de Antonio Negri. Para cumprir essa tarefa, principiamos com o exame de certo itinerário do que se convencionou chamar de operarismo italiano, do qual destacamos alguns aspectos metodológicos de fundamental importância no pensamento de nosso autor, es-pecialmente a copesquisa, desenvolvida por Romano Alquati, e a hipótese operarista, for-mulada por Mario Tronti. Além disso, dedicamo-nos também ao exame da própria reflexão metodológica negriana, a partir do estudo por ele realizado sobre os Grundrisse de Marx. Acre-ditamos que o exame das metodologias operarista, em geral, e negriana, em particular, seja de grande valia para a compreensão das preocupações eminentemente práticas que envolviam es-ses autores e do lugar que é reservado à classe operária em seu pensamento. Em nosso segundo capítulo é investigada a noção de composição de classe, criada e difundida entre os teóricos e militantes operaristas durante os anos sessenta, bem como as variações dessa composição ao longo do último século. Atentamo-nos particularmente ao ciclo de lutas do operário massa e, de maneira ainda mais circunscrita, aos eventos reunidos em torno da criação dos muitos Vietnãs, que, a partir do que foi interpretado por Negri como a recusa do trabalho, levaram à passagem do operário massa para uma figura de classe renovada, chamada de operário so-cial. Nessas lutas, e especialmente na recusa do trabalho, residem os primeiros elementos que permitem a compreensão não só das demandas operárias dos anos sessenta como também das estratégias capitalistas de reestruturação da produção efetuadas nos anos setenta e oitenta, fun-damentais para o advento do trabalho imaterial. Por fim, baseados em algumas pesquisas soci-ológicas realizadas por Negri na virada da década de oitenta para a década de noventa, dedi-camo-nos à compreensão da restruturação da produção capitalista e, paralelamente, das insuficientes considerações negrianas sobre o operário social, duma parte, e à primeira for-mulação do conceito de trabalho imaterial, doutra. A partir dessas pesquisas sociológicas, é possível verificar como essa nova forma de trabalho chamada por Negri de imaterial se vincula com a reestruturação capitalista da produção e à recuperação das demandas operárias feitas no ciclo de lutas do operário massa pelo capital, compreender alguns aspectos empíricos relacio-nados à organização e à realização do trabalho imaterial, a nosso ver ausentes das posteriores obras de nosso autor, e indicar as bases teóricas para as suas mais recentes reflexões sobre esse tema. |