Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Prestes, Vanessa Amaral |
Orientador(a): |
Grisci, Carmem Ligia Iochins |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/200711
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Resumo: |
Nesta tese, objetiva-se apresentar e analisar movimentos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização de chefs de cozinha imigrantes, considerando a noção de trabalho imaterial. Para alcançar tal intento, são tomados três eixos teóricos – imigração, território e trabalho imaterial – que se baseiam, especialmente, em Castles (2010), Sayad (1979) e Freitas (2009), Deleuze e Guattari (1997a, 1997b) e Guattari e Rolnik (1996) e em Lazzarato e Negri (2001) e Gorz (2005), respectivamente. São produzidas narrativas temáticas que contemplam as experiências de treze chefs de cozinha imigrantes no Brasil. As narrativas se entrecruzam e dizem da (i) apresentação dos chefs de cozinha imigrantes: os encontros; das (ii) (des)dobras que contemplam a formação e a atuação na profissão; dos (iii) ritornelos que ritmam e marcam as experiências; e, por fim, dos (iv) territórios gastronômicos que são produzidos a partir do agenciamento de referências da origem e no destino. Propõe-se que, atualmente, o trabalho imaterial, na medida em que requer a mobilização do indivíduo, é o elemento-chave que engendra o jogo de forças que se efetiva na vivência dos movimentos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização dos chefs imigrantes. Argumenta-se que a partir da noção do trabalho imaterial os movimentos de territorialização, desterritorialização e a reterritorialização se fazem notar, sobretudo, na inserção dos chefs no mercado de trabalho no país de destino; na relação que estabelecem com os pares e com a rede de cooperação produtiva que envolve o trabalho de chef; na atualização da gastronomia no país de destino; no modo como formam e instruem as equipes em cozinhas-território lisas e cozinhas-território estriadas; no ritmo que imprimem ao trabalho e nas marcas decorrentes desse ritmo; no modo como experimentam e investem o tempo pós trabalho na cozinha; na composição dos cardápios-território; nos objetos-território que carregam na bagagem durante a imigração, e na alimentação-território. Ainda que o trabalho explicite rotinas repetitivas e modos de produção serializados, cada novo fazer é diferente do anterior. Compreende-se que os movimentos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização são complexos e justapostos, dado que não são vivenciados de modo isolado pelos chefs de cozinha imigrantes. Ao mesmo tempo em que investem em suas referências de origem para rentabilizar o trabalho imaterial na imigração, é pela via desse trabalho que os chefs encontram e produzem um território relativamente seguro para ancoragem e expressão de si. A condição de imigrante implica descobrir continuamente formas de territorializar, deparar-se frequentemente com formas que desterritorializam e, concomitantemente, encontrar formas de reterritorializar a partir da própria desterritorialização. É na diversidade desses movimentos que os chefs imigrantes (re)constroem territórios, por vezes fazendo um percurso contrário às tendências do mercado capitalista, que busca homogeneizar formas de viver e trabalhar. |