Efeitos da pentoxifilina sobre a qualidade espermática e hemodinâmica uterina em equinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Tsunoda, Roberta Harue
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-18112013-161839/
Resumo: A resposta inflamatória uterina pós-cobertura ocorre para remoção de espermatozoides e contaminantes; todavia, o atraso em debelar este processo têm sido identificado, em equinos, como a principal causa de endometrite persistente pós-cobertura. A pentoxifilina atua como um inibidor da fosfodiesterase e aumenta as características de motilidade espermática, ainda tem sido relatada sua participação como agente reológico, aumentando o fluxo sanguíneo de tecidos comprometidos, e como agente imunomodulador. O propósito deste estudo foi examinar os efeitos da pentoxifilina adicionada ao diluidor seminal pós-descongelação, sobre a motilidade espermática, membranas plasmática, acrossomal e mitocondrial e integridade de cromatina, bem como sobre a resposta inflamatória uterina após a inseminação artificial de éguas. Dez partidas de sêmen de um único garanhão foram criopreservadas (100x106 espermatozoides/palheta 0,5 mL) em sistema automatizado (TK 3000) e mantidas em botijão criogênico, sendo posteriormente utilizadas para análises laboratoriais e inseminação artificial. Para análise laboratorial duas palhetas de sêmen de cada partida foram descongeladas (37ºC/30 segundos) e diluídas em diluidor à base de leite desnatado (controle) e diluidor à base de leite desnatado contendo pentoxifilina (7,18 mM). As alíquotas de cada tratamento foram mantidas em banho-Maria seco (37°C) e analisadas em quatro momentos: 5 (T0), 30 (T30), 60 (T60) e 120 minutos (T120) pós-diluição e incubação. As amostras foram analisadas quanto às características de movimento espermático, por sistema computadorizado de análise espermática (CASA), membranas plasmática, acrossomal e mitocondrial por associação de sondas fluorescentes (PI, H342, FITC-PSA e JC-1), morfologia espermática por contraste de interferência diferencial e integridade da cromatina pelo Azul de Toluidina. Para avaliar os efeitos do diluidor contendo ou não pentoxifilina na resposta inflamatória uterina, foram utilizadas 15 éguas distribuídas em cinco grupos: Grupo Control (controle): sem deposição de sêmen, nem diluidor, mimetizando-se o procedimento da IA; Grupo SM Extender: deposição de diluidor sem pentoxifilina (Botusemen®, Botupharma); Grupo SM Extender + PTX: deposição de diluidor contendo pentoxifilina; Grupo Sêmen: deposição de sêmen diluído com diluidor sem pentoxifilina; Grupo Sêmen + PTX: deposição de sêmen diluído com diluidor contendo pentoxifilina (7,18 mM). A hemodinâmica uterina foi avaliada por ultrassonografia nos modo color e espectral realizadas nos períodos: imediatamente antes da indução da ovulação (aproximadamente 30 horas antes da IA, T-30), imediatamente antes da inseminação artificial (TIA) e 2 (T2), 6 (T6), 12 (T12), 24 (T24) e 48 (T48) horas após a inseminação artificial. Uma amostra para citologia endometrial foi coletada, por escova ginecológica no momento T6. A análise estatística foi realizada utilizando-se análise de variância (ANOVA), sendo as médias comparadas pelo LSD test, SAS versão 9.3 (2010). A adição de pentoxifilina não exerceu efeito sobre a motilidade progressiva, porém, a pentoxifilina aumentou velocidade de trajeto, velocidade progressiva e velocidade curvilinear quando comparada ao controle. Não houve diferença significativa na porcentagem de células apresentando membrana plasmática intacta, acrossoma intacto e alto potencial mitocondrial (PIAIC). Nenhuma diferença estatística foi encontrada no fluxo sanguíneo uterino de éguas após os tratamentos. Porém, a citologia endometrial demonstrou maior resposta inflamatória em grupos contendo pentoxifilina quando comparado aos controles. Concluiu-se que a pentoxifilina exerce efeito positivo sobre parâmetros de velocidade, mas não influencia as membranas celulares e a cromatina. No entanto, quando as éguas são inseminadas com sêmen contendo pentoxifilina, uma resposta inflamatória mais intensa é observada.