Caracterização das alterações hemodinâmicas do útero em cadelas com hiperplasia endometrial cística-piometra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Veiga, Gisele Almeida Lima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-21052013-113208/
Resumo: O diagnóstico presuntivo da Hiperplasia Endometrial Cística (HEC)-Piometra é comumente realizado por meio da avaliação ultrasonográfica bidimensional. Entretanto, o diagnóstico diferencial das afecções que constituem o complexo HEC-Piometra (HEC-mucometra, endometrite e piometra) é confirmado por meio dos achados ultrasonográficos, avaliação clínica, avaliação macroscópica e histológica do útero. Com o objetivo de instituir um meio de diagnóstico precoce e não invasivo, o presente estudo caracterizou a dinâmica vascular uterina por ultrasonografia Doppler em cadelas com HEC-Piometra. O total de 28 cadelas foram alocadas em 4 grupos, de acordo com a sintomatologia clínica, avaliação ultrasonográfica e histologica uterina: Grupo Controle (n=6); Grupo HEC-mucometra (n=10); Grupo Endometrite-Piometra (n=12). O Doppler colorido foi utilizado para o mapeamento dos vasos e o Doppler espectral, para caracterização da forma da onda. Os parâmetros de velocidade do fluxo sanguíneo e os índices hemodinâmicos foram calculados automaticamente. A avaliação quantitativa da vascularização uterina apresentou variação entre os grupos, sendo: Grupo Controle mínimo 1 e máximo 1; Grupo HEC-mucometra mínimo 1 e máximo 2; Grupo Endometrite-Piometra - mínimo 2 e máximo 4. Observou-se que nos grupos Controle (PS 47,30 ± 2,63; ED 1,29 ± 0,54; TAMAX 8,47 ± 1,13) e HEC-mucometra (PS 60,80 ± 4,50; ED 9,76 ± 0,77; TAMAX 20,47 ± 0,12) as velocidades do fluxo sanguíneo foram menores que no Grupo Endometrite-Piometra (PS 86,72 ± 6,35; ED 33,34 ± 3,02; TAMAX 48,34 ± 4,14). Em relação aos índices hemodinâmicos, os grupos Controle (RI 0,97 ± 0,01; PI 6,45 ± 0,60; S/D 78,83 ± 9,82) e HEC-mucometra (RI 0,84 ± 0,008; PI 2,59 ± 0,12; S/D 6,73 ± 0,36) os índices foram superiores em relação ao Grupo Endometrite-Piometra (RI 0,62 ± 0,02; PI 1,22 ± 0,09; S/D 2,86 ± 0,17), sendo caracterizado um fluxo sanguíneo contínuo. Pode-se inferir que as alterações do diâmetro uterino e, principalmente, a presença de processo inflamatório culminam com fluxo de baixa resistência e pulsatilidade. A análise comparativa entre os Grupos HEC-Mucometra e Endometrite-Piometra permite sugerir que quanto maior a severidade da afecção uterina, maiores os índices de velocidade de fluxo sanguíneo, uma vez que tal característica pode contribuir para a eliminação do agente. Para os quadros clínicos nos quais a ausência de sintomatologia clínica e as alterações encontradas na avaliação ultra-sonográfica bidimensional não permitem o diagnóstico diferencial, os índices de RI, PI e S/D podem ser conclusivos. Conclui-se que na Endometrite-Piometra, a velocidade do fluxo sanguíneo e os índices hemodinâmicos da artéria uterina são fundamentais nos mecanismos compensatórios do organismo frente à ação do agente infeccioso; foi determinado a velocidade do fluxo sanguíneo e os índices hemodinâmicos da artéria uterina na HEC-Piometra; o escore de vascularização endometrial, bem como a forma da onda difere em fêmeas com e sem afecção uterina; a ultrasonografia Doppler é uma ferramenta diagnóstica, não invasiva, de alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico diferencial entre HEC-Mucometra e Endometrite- Piometra na espécie canina.