Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Silva, Valéria Costa Evangelista da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11052005-112949/
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Resumo: |
Este estudo teve o propósito de identificar a experiência de um grupo de pacientes em relação à revelação do seu diagnóstico de câncer. A investigação foi desenvolvida segundo as propostas da antropologia interpretativa de Clifford Geertz e da antropologia médica de Arthur Kleinman. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório pela abordagem do método etnográfico utilizando a estratégia do estudo de caso. Os informantes que participaram do estudo foram dez pacientes portadores de câncer da clínica hematológica, atendidos no ambulatório de oncologia de uma instituição hospitalar. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e de observações participantes. Pela análise dos dados foi possível identificar quatro categorias: a trajetória antes da descoberta do câncer, a revelação do diagnóstico, os significados do câncer, e a trajetória da vida após a revelação. A primeira categoria aborda o trajeto vivenciado pelos pacientes partindo da suspeita da doença por meio de sinais e sintomas e as dificuldades vivenciadas na busca por assistência médica até realização de exames diagnósticos. Esta etapa foi vivida com inúmeras dúvidas, incertezas, medo e questionamentos e considerada estressante e de grande desgaste emocional. A segunda categoria aborda o contexto e as características da revelação. Esta etapa mostra que a revelação do diagnóstico vem ocorrendo em consultórios médicos, com duração média de 10 a 15 minutos, e a forma de revelar foi relatada por alguns como objetiva e direta e para outros contraditória, omissa e evasiva. As reações provocadas ao saber do diagnóstico foram sentidas por um estado de choque e um grande medo de morrer, pois para eles o câncer mata. A terceira categoria aborda os significados do câncer por meio de metáforas, estigmas e as explicações do surgimento da doença evidenciando que o câncer está fortemente arraigado ao conhecimento do senso comum. E a quarta categoria aborda a trajetória da vida após a revelação evidenciando questões relacionadas à imagem corporal, mudança de vida, formas de enfrentá-la, suas relações de apoio e as atividades de outros profissionais no processo de revelação. Finalizando, o estudo possibilitou identificar a experiência do processo de revelação do diagnóstico e permitiu apreender, pela visão dos pacientes, que as diferentes maneiras de comunicar dos profissionais de saúde, sofrem influencias dos padrões culturais, sociais e educacionais, e foi vivida pelos informantes como uma experiência negativa. |