Notícias que (des) enganam: o impacto da revelação do diagnóstico e as implicações éticas na comunicação de más notícias para pacientes oncológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Geovanini, Fátima Cristina Melo
Orientador(a): Braz, Marlene
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12817
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar sob a perspectiva do médico, o processo de comunicação de diagnósticos de câncer, identificando conflitos éticos que se apresentam, não apenas na fase de informação inicial, mas também no estabelecimento e condução do tratamento e na fase avançada da doença, como também identificar os problemas éticos relacionados à qualidade da comunicação de más notícias. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que consistiu na realização de entrevistas semiestruturadas, analisadas a partir do método hermenêutico-dialético. Foram entrevistados quinze oncologistas, clínicos e cirurgiões, atuantes no município do Rio de Janeiro. A revelação do diagnóstico de câncer foi considerada pelos médicos uma difícil tarefa na prática oncológica, especialmente quando não há mais alternativas de tratamento curativo para oferecer ao paciente. As dificuldades estão relacionadas ao estigma da doença e às fantasias relacionadas ao seu conhecimento, à dificuldade do profissional em lidar com a morte, à carência de treinamento específico nos cursos de graduação, e se mostraram independentes do sexo e do período em que o médico concluiu sua graduação. Percebemos que na fase curativa, a necessidade do paciente conhecer o diagnóstico, para que assim possa colaborar com o médico no tratamento é decisiva para a revelação da verdade ao doente. Conflitos éticos foram identificados quando a família solicita que o diagnóstico ou o prognóstico da doença não seja revelado ao paciente. Identificamos forte influência da espiritualidade e da religiosidade nos médicos entrevistados, especialmente das religiões que atribuem um valor de sentido ao sofrimento e que defendem a ideia de continuidade da vida após a morte.