Clarice Lispector e os limites da linguagem: uma leitura interdisciplinar do romance Água viva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hegenberg, Ivan Alexander
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-26082016-125348/
Resumo: O presente estudo volta-se ao romance Água Viva, publicado em 1973 por Clarice Lispector, compreendido como exercício de radicalização da linguagem sob influência do pensamento pictórico, no qual o rastro material do processo e a possibilidade de uma expressão não-verbal entram em questão. Será desenvolvida uma discussão sobre o romance enquanto gênero literário, que se desdobrará em uma comparação entre as linguagens literária e pictórica, suscitada pelas constantes sugestões ao universo da pintura presentes em Água Viva. Ao se estabelecer um embate entre crítica literária e crítica de arte visual, serão analisadas as tensões entre arte e realidade nos projetos estéticos da contemporaneidade, por meio de uma comparação entre o romance de nosso recorte e expressões artísticas consolidadas na década de 70, como o minimalismo, a arte-processo e a arte conceitual, que, ao colocar a pintura em xeque, desencadearam um amplo ataque ao ilusionismo. A análise do objeto deverá nos mostrar de que maneira os debates em torno da chamada morte da pintura auxiliam a compreender os movimentos dialéticos de Clarice Lispector, alternando afirmação e negação da arte em uma de suas obras de maior experimentação. É nesse contexto que será lido Água Viva, romance que se dispõe a refletir com complexidade sobre a crise das representações.