Do reinado do autor a seu estilhaçamento na escritura nos romances de introspecção : Lúcio Cardoso e Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Camacho Alvarez, Adriana Carina
Orientador(a): Mello, Ana Maria Lisboa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15903
Resumo: Na história literária, o século XX é o século do romance. E, especificamente, do romance moderno, que irá refletindo as transformações sofridas pelo homem e pela sociedade em um período tão turbulento da história da humanidade. O nosso trabalho aborda a obra romanesca de dois autores brasileiros, Lúcio Cardoso e Clarice Lispector, para mostrar como essa grande mudança se manifesta no seio da literatura brasileira. Também se propõe analisar as relações entre conteúdo e forma no trabalho de ambos os escritores e na sua ligação com os tipos de romance que cultuaram (romance tradicional ou romance moderno). O tratamento outorgado, nas suas obras - romances de introspecção -, aos aspectos mais importantes da forma romanesca, como a história, a intriga, o tempo, as personagens, o narrador, bem como os recursos poéticos empregados e o plurilingüismo da linguagem, determinarão, não apenas a sua localização na história literária, mas, mais profundamente, delatarão a postura do autor em face da realidade ou da vida. Por isso, no nosso trabalho, consideramos importante resgatar a visão do mundo que anima Lúcio Cardoso e Clarice Lispector e tentamos mostrar até que ponto ela é determinante do trabalho dos escritores sobre a palavra, ou, no sentido inverso, o quanto a lavor sobre a palavra pode ir moldando uma espécie de pensamento indeterminado (termo que tomamos de empréstimo a Georges Poulet), que, por sua vez, irá alimentando as novas incursões no domínio poético. Neste último caso, deparar-nos-emos, não mais com um Autor, cuja intenção controla e domina o jogo da criação, mas com um escritor que ensaia, a cada nova obra, uma forma de se aproximar cada vez mais daquilo que Roland Barthes sintetizava como "inexprimir o exprimível", isto é, driblar o autoritarismo da linguagem e assim, poder "tirar ouro do carvão" (HE, p. 31): achar e sugerir, sob a fachada da linguagem e da realidade, o signo do que transcende linguagem e realidade e que, mais verdadeiro do que estas, atinge o cerne do Ser (Real) e não mais apenas os seres e as coisas.