Avaliação do ciclo celular de células hematopoiéticas da medula óssea de camundongos submetidos à desnutrição protéica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Barros, Francisco Erivaldo Vidal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-04022009-180859/
Resumo: As diferentes formas da desnutrição acometem milhões de pessoas em todo mundo, afetando geralmente crianças, recém-nascidos abaixo do peso para sua idade gestacional, idosos e pacientes sob nutrição parenteral. A desnutrição protéica (DP) induz atrofia em órgãos hemopoéticos, induzindo pancitopenia de sangue periférico, modifica a resposta imune específica e inespecífica, e desta forma, a associação entre doença e DP é freqüente. Alguns estudos indicam que a desnutrição produz vários efeitos celulares como redução da capacidade de proliferação, em vários órgãos. Como conseqüência da constante e elevada demanda de proteína pelo tecido hemopoético, este pode apresentar alterações qualitativas e quantitativas em condições de desnutrição protéica. Neste trabalho avaliamos os efeitos da DP sobre o ciclo celular de células de medula óssea (MO) de camundongos. Camundongos Swiss machos, adultos, foram alimentados ou com ração contendo 2% de proteína (grupo desnutrido, D) ou com ração com 20% de proteína (grupo controle, C). A fonte protéica utilizada foi caseína. Após perda de 25% de peso corpóreo do grupo D, colheu-se sangue e células da MO e do baço. As células do sangue foram quantificadas bem como as do baço e da MO. As células da medula óssea foram posteriormente coradas com laranja de acridina (AO) e Iodeto de propídeo (PI), avaliando-se, por citometria de fluxo, respectivamente DNA/RNA e DNA. Estes mesmos procedimentos foram executados após 10 e 15 dias da administração, em ambos os grupos, do quimioterápico 5-Fluoracil (que leva as células a estado de repouso -G0). Os animais do grupo desnutrido, assim como aqueles após 10 e 15 dias da administração do 5-Fluoracil, apresentaram anemia, além de redução significativa de número de hemácias, hematócrito e reticulócitos, e alterações quantitativas nas linhagens medulares e do baço. Os dados da citometria de fluxo (expressos em % de células da população analisada) mostram que em DP, uma maior quantidade de células da MO encontra-se fora do ciclo celular (G0), e uma menor população de células nas fases proliferativas do ciclo celular, S/G2/M, em populações de todas linhagens medulares, exceto eritróide e linfóide B, e todo os estágios maturativos, assim como células Sca-1, células tronco murina. Esta maior população celular em G0 também é observada após o efeito do 5-Fluoracil, o que corrobora a suposição de incapacidade de retorno ao ciclo celular por parte das células de medula dos animais desnutridos. Estes resultados podem explicar, em parte, a hipoplasia medular e pancitopenia sanguínea.