Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Machado, Bento Miguel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-03052019-165151/
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Resumo: |
Introdução: A demência é causada pela disfunção e morte das células cerebrais e por seu caráter progressivo, os sujeitos podem desenvolver perdas da capacidade funcional, prejuízo cognitivo, sintomas neuropsiquiátricos, dificultando a abordagem terapêutica com recursos não farmacológicos. A estimulação multissensorial dos sentidos primários tem se mostrado promissora como forma de tratamento complementar para os sintomas comportamentais e psicológicos da demência. Objetivo: Investigar os efeitos da estimulação multissensorial (MSE) sobre idosos com demência em fase moderada e grave em relação às alterações comportamentais, humor e interação com o ambiente multissensorial e institucional, quando comparado a um grupo controle não submetido às intervenções MSE. Materiais e Método: Trata-se de um estudo de intervenção, controlado, não randomizado, paralelo, mascaramento aberto, quase experimental, de caráter quantitativo e qualitativo, do tipo exploratório. Amostra: 20 idosos, média de idade de 83 anos, 17 mulheres e 3 homens, média de 3 anos de escolaridade, com diagnóstico de demência moderada ou grave e residentes há cerca de 4 anos em uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI) na cidade de Ribeirão Preto. Instrumentos de Avaliação: Mini Exame do Estado Mental; Índice de Katz; Escala Cornell de depressão em demência; Inventário Neuropsiquiátrico; Registro de Observação no Ambiente Institucional; Registro de Observação no Ambiente Multissensorial. Fase de Seleção: definição da amostra por conveniência e avaliação dos idosos no período pré-intervenção. Fase de Intervenção: amostra separada em dois grupos. Grupo de Intervenção (GI): 10 idosos que participaram de um programa de estimulação multissensorial (PEM) composto por 24 sessões durante três meses, duas vezes por semana e trinta minutos de duração, em sala multissensorial organizada para este fim. Grupo Controle (GC): 10 idosos que não participaram do PEM. Fase Pós Intervenção: reavaliação da amostra após o término do programa (três meses). Análise dos dados: estatística descritiva, uso dos testes não paramétricos de Postos Sinalizados de Wilcoxon e Mann-Whitney para os instrumentos padronizados e Análise de Conteúdo pela técnica de Bardin para os registros de observação. Resultados: Observou-se no ambiente multissensorial: promoção de efeitos relaxantes ou excitantes; sensação de bem estar e emoções positivas; realização de escolhas a determinados recursos; favorecimento de habilidades cognitivas (manutenção da atenção, memória de longo prazo, percepção) e alteração da pressão arterial e frequência cardíaca durante a sessão. O GI quando comparado ao GC, obteve após o PEM: redução das alterações comportamentais e melhor desempenho cognitivo. Os cuidadores também referiram que GI apresentou comportamento engajado, humor neutro, melhor comunicação verbal e maior interação com o ambiente institucional durante o período de intervenção. Discussão: Este estudo teve como potencialidades o baixo custo de implantação de uma sala multissensorial, abranger idosos de baixa escolaridade com estágios moderado e grave de demência e estudar os efeitos comportamentais sobre esses sujeitos. As práticas de saúde e assistenciais realizadas nas ILPIs devem considerar a individualidade do idoso com demência, suas preferências sensoriais e interesses. Conclusão: A estimulação multissensorial se mostrou promissora no tratamento complementar da demência, como alternativa não farmacológica no manejo de sintomas neuropsiquiátricos em ambientes institucionais. |