Pintura histórica no Salão do Centenário da Independência do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vincentis, Paulo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-23012015-092503/
Resumo: O centenário da independência do Brasil, comemorado em 1922, mostrou-se uma oportunidade excepcional para as elites brasileiras exporem projetos de identidade nacional, de predominância europeia, no que diz respeito à cultura, o que inclui considerações racistas, e de manutenção da estrutura social, calcada no capitalismo liberal. O presente trabalho tem por objetivo investigar como tais projetos impactaram as exposições, congressos, e outros eventos comemorativos. A Exposição Internacional e os congressos de História do Brasil e Internacional de Americanistas mostraram um país inserido na economia mundial, buscando os fatos e os personagens fundadores da nacionalidade, interessado em se aproximar dos demais países do continente e que considerava a miscigenação uma aliada para promover o branqueamento da população. O estudo também se volta ao mecenato estatal, cuja intenção de adquirir quatro quadros de assunto histórico, relacionados aos acontecimentos de 1822, estimulou alguns artistas a retomar a produção de tal gênero de pintura, porém algo distanciados dos cânones acadêmicos e incorporando questões e discursos em pauta naquele momento histórico. O juri encarregado selecionou, para aquisição, as obras: Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque; Primeiros sons do Hino da Independência, de Augusto Bracet; Tiradentes, o precursor, de Pedro Bruno; Minha terra, de Hélios Seelinger. Os eventos retratados, apesar da presença de personagens históricos, abordaram o direito de voto à mulher; a revisão do período monárquico e da figura de Pedro I; a trajetória do país de 1500 a 1889, sob a perspectiva da miscigenação e do branqueamento; o papel do Estado, enquanto instância de repressão.