São Paulo na disputa pelo passado : o Monumento à Independência, de Ettore Ximenes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Monteiro, Michelli Cristine Scapol
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-13062017-132316/
Resumo: Esta tese analisa o processo de estabelecimento do Monumento à Independência como \"lugar de memória\" da emancipação política brasileira. Criada no contexto das comemorações do Centenário da Independência, a obra tornou-se elemento central dos festejos paulistas e revelou-se como um projeto de afirmação da cidade de São Paulo como centro simbólico do país, num embate evidente com a cidade do Rio de Janeiro na criação de uma história oficial brasileira. A trajetória dessa obra foi reconstituída, desde as primeiras intenções de edificação de um monumento no Ipiranga, ocorridas no período imperial brasileiro, até a inauguração do que ali se fez, em 1923. Analisou-se processo de escolha da obra, selecionada por meio de um concurso público internacional, examinando os debates em torno do edital, os projetos concorrentes e as críticas publicadas na imprensa em relação aos diferentes projetos. Constatou-se a importância de se ter selecionado o projeto de Ettore Ximenes, um artista italiano de grande reconhecimento profissional, como uma estratégia de consagração nacional e internacional do novo monumento paulista. Foram evidenciados os paralelos e sinergias entre os temas dos conjuntos escultóricos e relevos do Monumento à Independência com a exposição do Museu Paulista criada por Affonso Taunay para a comemoração de 1922, convergência favorecida pelo fato de que o historiador atuara simultaneamente como membro da comissão julgadora do concurso e diretor da instituição museológica. Além da obra escultórica e da exposição histórica, o projeto de consagração da colina do Ipiranga previa também o estabelecimento de um eixo urbano monumental, pontuado por esculturas e áreas ajardinadas, que ligaria o conjunto histórico ao centro da cidade. As intenções celebrativas da elite dirigente paulista, no entanto, foram impactadas pela incompletude do monumento e das obras a ele relacionadas em 1922 e pela diminuta repercussão que a inauguração do Monumento à Independência obteve na imprensa nacional e internacional.