Situação epidemiológica da brucelose e tuberculose bovina no estado do Paraná, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Diego Leonardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-20012023-125800/
Resumo: A prevalência aparente e os fatores de risco da brucelose e tuberculose bovina em rebanhos e em animais foram estimados por meio de estudo transversal no estado do Paraná, Brasil. A área foi dividida em sete regiões e uma amostragem aleatória em dois estágios foi realizada nas propriedades e nos bovinos de cada uma destas regiões no período de 2018 a 2019. Amostras de soro foram colhidas de 11.592 vacas para diagnóstico em série da brucelose utilizando AAT e TPF, enquanto 17.210 vacas foram testadas na prova de tuberculização comparativa em 1.757 propriedades. Um questionário foi aplicado visando estabelecer potenciais fatores de risco. A rede de movimentação de bovinos na região também foi analisada e os parâmetros de rede de propriedades infectadas e não infectadas por brucelose foram comparados. A soroprevalência de brucelose bovina em propriedades e em animais foi de 4,87% (IC 95%: 3,98-5,93%) e 2,24% (IC 95%: 1,47-3,41%), respectivamente e a doença está distribuída de forma desigual no estado. No caso da tuberculose bovina, a prevalência aparente em rebanhos foi de 2,5% (IC 95%: 1,87%-3%) e a prevalência aparente em animais foi de 0,35% (IC 95%: 0,21-0,59%) e foram detectados clusters na área de estudo. A regressão logística multivariada identificou que rebanhos maiores são um fator de risco importante nas duas doenças. Ainda, no caso da brucelose, a testagem de animais pelos produtores demonstrou ser um fator de proteção. Para a tuberculose bovina, os rebanhos leiteiros demonstram estar sob maior risco, bem como aquelas propriedades que fazem uso de soro de leite na alimentação do rebanho. Os resultados obtidos demonstram que não houve alteração na ocorrência das duas doenças em relação a estudos anteriores. A rede de comércio de gado do Paraná é do tipo livre de escala os movimentos são altamente concentrados em uma proporção relativamente pequena de propriedades. Os rebanhos infectados por brucelose, em média, comercializam mais animais do que rebanhos não infectados e estão mais conectados entre si do que outros pares de rebanho da rede. Dados estes achados, recomenda-se que as políticas para controle da brucelose incluam um programa de vacinação amplo nas áreas de maior prevalência do estado e a estratégia de erradicação nas áreas de mais baixa prevalência. Recomenda-se que para o controle da tuberculose bovina inclua-se estratégias de vigilância baseada em risco e sacrifício de animais positivos. Os produtores devem estar cientes do risco de adquirir animais sem serem testados previamente.