Flexibilizando estéticas, restringindo sexualidades: disputas de agentes pela demarcação do religioso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Alexandre Oviedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-02062015-171045/
Resumo: O objetivo geral desta pesquisa consistiu em analisar, por meio das práticas discursivas de atores ligados a uma organização paraeclesiástica denominada Tribal Generation, os posicionamentos tomados por determinados agentes a fim de se justificarem enquanto protestantes legítimos. Nossa questão volta-se para a compreensão das condições necessárias para uma igreja existir e se legitimar enquanto tal. Esta questão nos auxilia na análise das disputas sobre a tipificação do que seria igreja, revelando os parâmetros de sua construção discursiva enquanto forma legítima, termo êmico que reitera o que pode ser entendido como igreja e, consequentemente, como religião. Para compreendermos tais questões, procuramos estruturar esta dissertação em dois planos. O primeiro plano consistiu em mapear uma rede de atores, igrejas, ministérios e escolas dominicais a partir da Tribal Generation, organização que atua a partir de uma plataforma virtual e que traz como proposta estimular um modelo inclusivo de igrejas, com lideranças mais flexíveis frente à diversidade contemporânea. Partimos do pressuposto de que, independentemente das formas eclesiológicas e evangelísticas adotadas pelas igrejas vinculadas a esta organização, o conteúdo doutrinário permanece conservador em relação ao uso discursivo dos textos que compõem a bíblia. O segundo plano versou sobre o mapeamento de uma sub-rede de atores, igrejas e escolas de missões parceiras da organização Tribal Generation que têm como foco a evangelização e conversão de indivíduos que se identificam como homossexuais. Esta rede pastoral da sexualidade, categoria que empregamos para circunscrever a sub-rede, nos ajudou a compreender como o uso discursivo de inclusão e diversidade não necessariamente positiva a homossexualidade como identidade sexual legítima. Tais categorias, junto às propostas de novas formas de atuação eclesiológicas e evangelísticas, colocam em disputa a própria legitimidade dos atores. Essa disputa, conforme abordaremos, é empreendida no campo da sexualidade, evidenciando distintas formas discursivas em interação.