Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Monteverde, Naiara Laís Siqueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-05072021-155335/
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Resumo: |
O edema é uma condição comum em pacientes portadores de doença renal crônica. A quantificação do edema pelo exame físico, por meio da pesquisa do sinal de cacifo é subjetiva e sua correlação com o volume de sobrecarga hídrica ainda é desconhecida. Estimar o aumento de peso do paciente devido ao edema, é um desafio na prática clínica de médicos e nutricionistas, principalmente quando o paciente não sabe referir seu peso prévio ou o exame de bioimpedância elétrica não está disponível. Foi realizado um estudo transversal observacional com pacientes portadores de doença renal crônica em todos os estágios da doença, com ou sem edema ao exame físico. O objetivo desse estudo foi quantificar os valores de sobrecarga hídrica pela bioimpedância elétrica por espectroscopia e o aumento do peso corporal para as classificações do edema em cruzes de forma a elaborar uma tabela objetiva de avaliação do edema. Também foram avaliados parâmetros bioquímicos, a composição corporal e hidratação dos pacientes. O exame físico do edema foi realizado por três avaliadores e analisado o grau de concordância entre eles. Os resultados foram expressos em percentual, média e desvio padrão, com seus respectivos intervalos de confiança (IC95%). Para a apresentação das variáveis foram utilizadas tabelas de contingência e utilizado os teste qui-quadrado e teste exato de Fischer para as variáveis contínuas. Para avaliar a diferença entre os grupos foi utilizada a análise ANOVA-oneway e para evidenciar a diferença entre os grupos foi utilizado o pós-teste de Tukey. A avaliação do grau de concordância entre os avaliadores foi feita pelo coeficiente Kappa ponderado. Para todas as análises foram consideradas significativas as associações com p <0,05. Foram avaliados duzentos pacientes com edema de origem renal acompanhados nos ambulatórios de nefrologia geral e uremia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP - USP). Resultados: a amostra foi predominantemente do sexo masculino (60%) com idade média de 54,39 +17,01 e tempo de seguimento ambulatorial médio de 41,8 + 56,87 meses. Os pacientes foram divididos em cinco grupos, de acordo com a classificação do edema: 0+ (n= 22), 1+ (n= 33), 2+ (n =99), 3+ (n =8) e 4+ (n =38). Os dados bioelétricos gerados pela bioimpedância mostraram associação positiva com a classificação em cruzes pelo exame físico para sobrecarga hídrica (p <0,0001); água extracelular em litros e percentual (p <0,0001); índice do edema: água extracelular/água corporal total (p <0,0001); índice de água extracelular/água intracelular (p <0,0001); ângulo de fase (p <0,0001); e percentual de aumento do peso (p <0,0001). Em relação ao estado nutricional, a maior parte da amostra apresentou excesso de peso (56%) quando avaliados pelo Índice de Massa Corporal, justificados por valores aumentados de massa de gordura em todos os grupos (p <0,0001) e redução tanto da massa livre de gordura quanto da força muscular, sendo que 55% apresentaram força de preensão palmar abaixo do percentil 30. A concordância entre os avaliadores para o exame físico foi melhor quanto à localização do edema e classificação em cruzes. Concluímos que a avaliação do edema, por meio da utilização de uma escala padronizada de classificação do edema em cruzes, utilizando a altura do edema como característica principal, permite inferir a sobrecarga hídrica e aumento do peso corporal para pacientes com 1 a 3 cruzes de edema, mas não pode ser usada para pacientes em anasarca. Os resultados deste trabalho mostram que a avaliação do edema e classificação da sua gravidade pela altura foi efetiva, reprodutível e mostrou associação positiva com os dados bioelétricos gerados pela bioimpedância por espectroscopia. A utilização da tabela do edema pode ser uma ferramenta útil na avaliação de pacientes edemaciados na prática clínica de médicos e nutricionistas. |