O magmatismo na Serra do Mar e adjacências (Sul do Brasil) no final do Proterozóico e seus condicionantes tectônicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Kaul, Pedro Francisco Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-29092014-081436/
Resumo: O Cráton de Luís Alves, no qual se localiza a região em estudo (SMA, Serra do Mar e áreas vizinhas, Sul do Brasil), foi envolvido, no final do Neoproterozóico, na aglutinação do \"Supercontinente de Gondwana\". Como conseqüência, várias zonas tectônicas antigas foram reativadas, bem como novas zonas tectônicas se formaram. A litosfera continental foi submetida periodicamente a esforços horizontais de modo que, durante um pequeno intervalo de tempo, ao redor de 580 Ma, falhamentos tensionais ocorreram, primeiramente segundo N20-30W (correspondentes a distensão na direção NE-SW) e posteriormente segundo N50-60E (correspondentes a distensão na direção NW-SE). Em tais falhamentos se alojaram vários maciços graníticos, tendo aqueles sido condutos, também, dos magmas que originaram manifestações vulcânicas e diques ácidos, associados a estruturas do tipo gráben. Os maciços graníticos (ou, simplesmente, \"granitos\") são conhecidos pelas denominações de: Agudos, Morro Redondo, Anhangava, Graciosa, Marumbi, Mandira, Guaraú, Corupá, Alto Turvo, Dona Francisca, Piraí, Serra Alta e Serra da Igreja. Eles são compostos por quatro tipos de granitóides: 1 - granitóides metaluminosos (que predominam largamente na SMA): 2 - granitóides fracamente peraluminosos; 3) - granitóides peralcalinos; 4) granitóides fracamente peralcalinos. As rochas vulcânicas, comumente associadas a rochas sedimentares, em bacias e gráben, são principalmente ácidas, e subsidiariamente intermediária e básica. Foram analisadas quimicamente 72 amostras de rochas granitóides, para elementos maiores, menores e terras raras (ETR), dos maciços Agudos, Morro Redondo, Anhangava, Graciosa, Marumbi, Corupá, Dona Francisca e Pirái. Nestes foram identificados, então, através de diagramas de variação, vários \"trends\" geoquímicos, agrupando amostras de um só tipo ou de mais de um tipo de granitóides. Na evolução de tais \"trends\", os teores de \'Al IND.2 O IND.3\', CaO, \'Fe IND.2 O IND.3\', MgO e \'TiO IND.2\' comumente decresceram, paralelamente à elevação da sílica, enquanto \'Na IND.2 O\' e \'K IND.2 O\' não tiveram comportamento padrão. Normalmente, Y, Rb e Nb se mostraram incompatíveis e Ba e Sr compatíveis. Combinados ou não, em referidos diagramas, com elementos maiores, tais elementos menores seguidamente sugeriram evolução magmática por cristalização fracionada, sendo entrevisto, pelo menos em um caso, que houve evolução possivelmente por fusão parcial. Naqueles casos (cristalização fracionada), as fases minerais que fracionaram foram feldspatos e um ou mais máficos, com atuação de acessório(s) ao final do processo. Os isótopos de Sr e Nd indicaram participação de material crustal nos magmas parentais das rochas granitóides, o que se interpretou como resultado de mistura por assimilação, dentro das câmaras magmáticas, de magmas mantélicos juvenis com material crustal pré-existente. Os dados radiométricos disponíveis para as rochas magmáticas da SMA (incluindo-se 50 novas determinações pelo método Rb-Sr) não são completamente conclusivos, em razão da imprecisão inerente aos métodos envolvidos (Rb-Sr, K-Ar, U-Pb, Sm-Nd). Entretando, a concordância de várias determinações de idade, próximas de 580 \'+ OU -\' 20 Ma, por diferentes métodos, dentro dos erros experimentais, parece indicar que os principais eventos magmáticos da SMA ocorreram por volta daquela idade. Alguns resultados radiométricos pelos métodos K-Ar e Rb-Sr, inferiores a 500 Ma, foram interpretados como resultado de rejuvenescimento isotópico provavelmente associado a hidrotermalismo. As rochas plutônicas e vulcânicas da SMA estão associadas no espaço e no tempo. Tal fato, juntamente com a finidade química dessas rochas, indica que provavelmente elas sejam produtos do mesmo processo tectono-magmático. Por outro lado, os maciços graníticos (formados justo após as principais colisões, ou talvez nas últimas fases de aglutinação do Gondwana) não devem mais ser descritos como anorogênicos mas, preferencialmente, como pós-colisionais, formados em ambiente distensivo, intraplaca.