Síntese da geologia do Paraguai oriental, com ênfase para o magmatismo alcalino associado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Orué, Delio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-24092015-163805/
Resumo: A região oriental do Paraguai, situada entre os paralelos 22º e 28º de latitude S e meridianos 54º e 58º de longitude W, perfaz um total de 159.827 km². Sucintamente, abrange rochas do embasamento Pré-cambriano, depósitos do Paleozóico Inferior, Médio e Superior, passando a sedimentos mesozóicos e cenozóicos, além de \"sills\", \"flows\", diques básicos e alcalinos ocorrendo associados a \"stocks\" alcalinos posicionados entre o NeoPermiano e o Terciário.Estratigraficamente, distinguem-se duas unidades pré-cambrianas, Norte e Sul. O Pré-cambriano Norte apresenta uma cobertura de margem cratônica Eo-Cambriana, além de fácies arenosas do Carbonífero, em contraste nítido com as litologias graníticas e vulcânicas. Às formações anteriores se associam, no Pré-cambriano Sul, rochas sílico-clássicas do Ordoviciano-Siluriano e arenosas do Permiano, refletindo litologias e estruturas com evolução diferenciada, embora insuficientes para caracterizar uma descontinuidade crustal, litosférica ou mesmo deformações dos núcleos pré-cambrianos. Faz parte desse conjunto a bacia marginal precoce de margem cratônica, responsável pelos sedimentos clássicos da Formação Vallemí e calcários da Formação Cambajhopo, ambos pertencentes ao Grupo Itapucumí. Regionalmente, as feições geotectônicas das unidades paleozoicas refletem episódios de área de bacia, com o desenvolvimento da fase de subsidência, esta coincidente com o preenchimento sílico-clástico do Grupo Caacupé, ainda que a maior parte da sedimentação esteja associada ao Grupo Itacurubí (Llandoveriano). Sobre esses depósitos se coloca o \"blanket\" arenoso e conglomerático que constitui a base da Formação Arroyos Esteros e que marca o desenvolvimento do aulacógeno Siluro-Devoniano. Após a discordância EoCarbonífera, a zona assume caráter flexural, sendo retomada a deposição, agora de natureza glacial, com o Grupo Coronel Oviedo e, em parte, com a Formação Aquidabán. Por outro lado, o Permiano apresenta, no todo, um caráter transgressivo na direção SW, com o Grupo Independencia, o acúmulo de arenitos da Formação San Miguel, além dos calcários da Formação Tacuary, mais para NE. Entre o Permiano e o Triássico tiveram início atividades magmáticas alcalinas guardando relação com mega-estruturas do tipo \"rift\" e sedimentos flúvio-eólicos da Formação Misiones; seguem-se derrames basálticos da Formação Alto Paraná e arenitos da Formação Acaray, entre o NeoJurássico e o EoCretáceo. O Cenozóico assiste uma revolução na geometria interna, de natureza vertical e pequena escala, mas de magnitude suficiente para intervir na distribuição de litofácies da Formação Patiño. O Quaternário ocorre numa faixa alongada segundo NS, acompanhando o rio Paraguai; quatro unidades aluvionais são individualizadas, com a mais antiga, formada por material detrítico situado em terraços antigos; é seguida por conglomerados e calcários de pedimento, passando a sedimentos inconsolidados de planícies aluviais recentes e, por último, a cascalhos de planícies atuais sobrepostos por bancos arenosos. Em geral, o quadro geotectônico do Paraguai Oriental aponta para a existência de diversos pólos de atividade tectono-magmática, que deram origem a numerosos focos alcalinos distribuídos por várias províncias. A do Alto Paraguai congrega rochas sieníticas saturadas e insaturadas e apresenta idade em torno de 250 Ma. As de Amambay e Central estão ligadas a rochas de tendência potássica e exibem idade aproximada de 130 Ma. A de Misiones guarda relação com rochas ultra-alcalinas com idade média de 116 Ma, enquanto que a mais recente (61-39 Ma) reúne diversos corpos de rochas ultrabásicas de natureza sódica.