Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1996 |
Autor(a) principal: |
Passarelli, Claudia Regina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-25062015-104202/
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Resumo: |
Este trabalho se constitui na caracterização geométrica e cinemática da Zona de Cisalhamento Major Gercino (ZCMG), no trecho Canelinha - Garcia, região centro-leste do estado de Santa Catarina. Este lineamento faz parte do importante sistema de cisalhamento de direção NE-SW que afeta a região sul-brasileira e uruguaia. Ao longo de toda sua extensão, a ZCMG separa duas áreas geologicamente diferentes que correspondem, em Santa Catarina, aos domínios interno (granitóides) e intermediário (supracrustais) do Cinturão Dom Feliciano (CDF). Esta zona de cisalhamento possui estruturação geral NE, com características dúcteis-rúpteis e movimentação predominantemente dextral. A geração das rochas miloníticas deu-se, principalmente, no grau metamórfico xisto-verde. Na região estudada, a ZCMG caracteriza-se por uma faixa milonítica principal a noroeste (faixa milonítica norte), com cataclasitos até ultramilonitos, predominando rochas com texturas protomiloníticas e miloníticas, e uma faixa milonítica sudeste (faixa milonítica sul), onde predominam rochas miloníticas. Entre essas faixas ocorre um conjunto de granitóides associado ao desenvolvimento da ZCMG. A faixa milonítica norte limita os metassedimentos do Grupo Brusque a noroeste dos granitóides centrais e a faixa milonítica sul faz o contato entre esses mesmos granitóides e os granitoides do Complexo-Granito-Migmatítico (Domínio Interno do CDF). O magmatismo cálcio-alcalino ocorrente na área está representado pelos granitóides da Associação Granitóide Rolador (AGR) e da Associação Granitóide Fernandes (AGF) compreendendo rochas metaluminosas e peraluminosas. A AGR apresenta, predominantemente, biotita-monzogranitos cinzentos, porfiríticos a porfiróides, e na AGF predomina uma série petrográfica de anfibóliosienogranitos róseos, porfiróides. Este magmatismo granítico teve grande expressão no Neoproterozóico, entre 670 e 590 Ma (conforme datações isocrônicas Rb/Sr RT e U/Pb em zircões), denotando adicionalmente, através das razões iniciais (\'Sr POT.87\' / \'Sr POT.86\')i, importante contribuição de material crustal na sua formação. O padrão de resfriamento mostra-se um pouco mais jovem, entre 580 e 560 Ma, conforme dados K-Ar em biotitas. A ZCMG teve uma evolução cinemática complexa, caracterizada pelas estruturas mesoscópicas, análises obtidas pelo método de Fry e pelos eixos-c de quartzo. Tais análises estruturais, mostram uma movimentação predominante dextral, com uma importante componente oblíqua associada. A orientação da faixa milonítica, em relação ao campo de tensores determinados, indica que importante componente da deformação foi por cisalhamento puro, tendo acarretado, em inflexões locais, movimentações sinistrais. Esta componente coaxial é sugerida por petrotramas de concentrações simétricas e elipses de deformação com eixo Z a 90° da foliação milonítica, bem como pela existência de porfiroclastos simétricos em seções delgadas. As rochas miloníticas da ZCMG apresentam orientação cristalográfica desenvolvida sob temperaturas relativamente baixas, indicada pelo metamorfismo na fácies xisto-verde e pelos petrotramas. Apesar da baixa temperatura, esta orientação originou-se em condições de alta taxa de deformação, evidenciada pela presença de minerais deformados e estirados e pela geração de rochas miloníticas e ultramiloníticas, onde comumente ocorre, total paralelização das superfícies S e C. Idades K-Ar obtidas em biotitas e muscovitas destas rochas, concentram-se no intervalo 570 e 540 Ma, representando épocas relacionadas ao resfriamento destas, a temperaturas inferiores a 250-300°C. Reativações rúpteis tardias (com direções em torno de N-S e N50W) são indicadas por estruturas lineares bem caracterizadas em fotografias aéreas e imagens de radar, por fraturamentos repetitivos em afloramentos, bem como pela presença, em seções delgadas, de faturamentos transgranulares de minerais. Estas movimentações tardias são também indicadas pelas informações geocronológicas obtidas através do método K-Ar em frações finas, que acusaram idades entre 230 e 206 Ma (Triássico médio a superior e Jurássico inferior). Tais dados obtidos em frações finas minerais, forma interpretados como relativos a condições metamórficas de baixo grau ou muito baixo grau (transição rúptil-dúctil). |