Sustentabilidade na educação em saúde global: estudos de caso nos programas de pós-graduação das Universidades de São Paulo (BR), Genebra (SWI) e Barcelona (ES)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Batich, Paula Simão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-02032023-145153/
Resumo: Introdução - A saúde passou a ser tema de crescente importância na agenda mundial das organizações internacionais, instituições filantrópicas, públicas e privadas. Pessoas em todo o mundo enfrentam, cada vez mais, os desafios urgentes das crises ambientais, sociais e de saúde que extrapolam as fronteiras territoriais entre os países. O aprofundamento nos processos de globalização, comunicação entre os países, os avanços tecnológicos e as mudanças ambientais globais evidenciaram a necessidade de novas abordagens na educação em saúde, que também levassem em conta a relação do local com o global. Na última década, a saúde global acadêmica ganhou espaço nas Universidades, com a missão de potencializar as questões de saúde e seus determinantes sociais no contexto da globalização, incluindo o conjunto de valores baseados na sustentabilidade. Objetivo - Identificar como a educação em saúde global incorpora questões de sustentabilidade, por meio da análise de três estudos de caso, na Universidade de São Paulo (Brasil), na Universidade de Barcelona (Espanha) e na Universidade de Genebra (Suíça). Métodos - O estudo de caso enquanto método de investigação qualitativo foi realizado junto a programas de pós-graduação em saúde global e construído com base no referencial teórico e documental, com dados primários e secundários, sobre educação em saúde global. A pesquisa de campo foi realizada junto aos estudantes e coordenadores em curso, com levantamento de variáveis: linhas de pesquisa, disciplinas curriculares, práticas educacionais, perfil discente e produção acadêmica. Resultados - A partir dos dados coletados, foram analisadas as pesquisas desenvolvidas pelos estudantes e as estratégias de ensino e aprendizagem adotadas pela coordenação dos programas, suscitando reflexões à luz da sustentabilidade e dos ODS. Os estudos demostraram a importância dos problemas ambientais na agenda de pesquisa em saúde global, com destaque aos projetos no Brasil enfocarem os determinantes sociais de saúde, enquanto Genebra e Barcelona se dedicam mais a temas biomédicos; sobre presença desigual dos ODS na perspectiva acadêmica dos programas; sobre a potência da interdisciplinaridade e da internacionalização na educação em saúde global, mas ainda com a participação limitada de alunos estrangeiros; sobre uso de metodologias ativas e tecnológicas necessárias na educação em saúde global, com integração de atividades presenciais e a distância, à exemplo de Genebra e do período da pandemia. Conclusão - A incorporação da sustentabilidade e o estabelecimento de parcerias entre os programas fortalece um campo complexo e emergente do conhecimento, integrando ciências sociais, ambientais e econômicas, dentro do contexto da saúde global, com uma abordagem atualizada e concordante com Agenda 2030. As reflexões acerca das potencialidades e dos desafios da educação em saúde global corroboram com o caminho rumo à sustentabilidade e podem ser entendidas como estratégias poderosas para despertar o olhar investigativo e solidário de estudantes e futuros profissionais da saúde global, na busca por sociedades mais justas, solidárias e sustentáveis.