Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Aguiar Neta, Anízia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-30032023-151308/
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Resumo: |
Introdução: A Covid-19 representa o maior desafio do século XXI e o bloco econômico BRICS se destacou na produção de vacinas e assumiu o compromisso de sua distribuição equânime e a priorização do acesso pelos países periféricos, que são os mais vulneráveis. Durante os dois primeiros anos da pandemia (2020 e 2021), a China assumiu publicamente o desafio de tornar a vacina um bem público global, mas a diplomacia da vacina disputou espaço com os interesses econômicos das nações mais poderosas. Objetivo: Estudar a diplomacia do BRICS no mundo Covid-19, sua contribuição para a imunização global, em especial dos países do sul global, e seu posicionamento a respeito da implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Metodologia: pesquisa de dados, documental e bibliográfica em livros, artigos científicos, jornalísticos e relatórios institucionais; pesquisa em websites que tratam sobre os temas de interesse do estudo. Resultados: No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz conquistou autonomia para produzir a vacina AstraZeneca e o Instituto Butantã contribuiu eficazmente para a produção da CoronaVac, atuações que garantiram à população receber duas doses da vacina, mais duas doses de reforço. A Rússia criou a Sputnik V, mas não obteve sua aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos, o que comprometeu a credibilidade do país para produzir e exportar vacinas Covid-19. O sistema de saúde da Índia, Ayushman Bharat, em processo de implementação, foi fortemente demandado no período crítico da pandemia, mas o país permanece ampliando investimentos em vacinas e medicamentos. A China foi quem mais produziu vacinas Covid-19, vendeu e doou milhões de doses, mas a diplomacia da vacina não exerceu a solidariedade tantas vezes declarada e o país mantém seus interesses econômicos preservados enquanto o desafio da equidade na imunização permanece no sul global. O governo da África do Sul enfrenta o descrédito da população no poder imunizante da vacina e lida com a necessidade de ampliar o sistema público de saúde. O BRICS demonstra interesse na implementação dos ODS para prevenir contra novos patógenos de potencial pandêmico, mas as realizações são tímidas quando analisadas a partir das declarações nas reuniões de cúpula. Conclusão: A Covid-19 se mostrou um problema de saúde global de enorme complexidade e o desafio da solidariedade assumido pelo BRICS, que deveria acontecer pela distribuição de vacinas, pelo compartilhamento de tecnologias e pelo empoderamento econômico dos países periféricos, não se concretizou, o que fez aumentarem a insegurança internacional e as desigualdades entre pobres e ricos. A implementação dos ODS é o melhor caminho para lidar com os desafios do mundo Covid-19, pois a Agenda 2030 contempla os grandes problemas globais, fortemente explicitados pela pandemia, mas os países do norte global priorizam a reconstrução econômica em detrimento da solidariedade com os países do sul global. A visão de desenvolvimento, em geral, permanece desassociada da proteção e preservação ambiental, o que poderá resultar em agravamento da sindemia em curso. |