Entre tragédias: percepção e experiências de ribeirinhos atingidos por rompimento de barragens no Brasil - 2016/2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Passos, Renato Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-21012021-123525/
Resumo: Introdução: Apesar da mineração existir no Brasil há mais de 300 anos, marcando principalmente a história do estado de Minas Gerais, muitas pessoas souberam que este tipo de atividade é comum em território nacional somente a partir do rompimento de barragens nas cidades de Mariana e Brumadinho, respectivamente nos anos de 2015 e 2019. Objetivo: Compreender o processo pelo qual os ribeirinhos atingidos por tragédias da mineração no Brasil entre os anos de 2015 a 2019 recompõem suas vidas, com uma contribuição etnográfica em uma cidade capixaba. Além disso, pretende-se também compreender como, no período do estudo, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fortalece seu protagonismo e militância atuando junto aos moradores, seja por meio da mídia, registros visuais, narrativas ou construção da memória social do movimento. Método: revisão bibliográfica, pesquisa documental, observação, realização de entrevistas com militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), registros visuais e registros etnográficos. Resultados: A economia mineral do Estado de Minas Gerais conta com os altos lucros gerados nos últimos anos devido às atividades do setor na exportação de matéria prima. Entre as quinze cidades mineiras que receberam maior CFEM no ano de 2017, Mariana e Brumadinho, terras onde as maiores tragédias ambientais ocorreram nos últimos anos, ocupam respectivamente, a 5ª e a 8ª colocação. Enquanto Minas Gerais recebe grandes compensações financeiras pela exploração de seus recursos, muitos outros municípios de seu estado vizinho, o Espírito Santo, que viram as águas do rio Doce serem cobertas por lama devido ao desastre de Mariana, continuam esquecidos e buscando soluções aos diversos problemas causados à população ribeirinha. Considerações finais: Todas as promessas de revisão de barragens, novas tecnologias, promessas do ponto de vista legal, de política pública, continuam no papel, sem solução para os afetados pelas tragédias. As empresas no entanto, continuaram a crescer do ponto de vista econômico e a criar novas parcerias no mercado nacional e internacional. O dinheiro recebido como recurso da CFEM precisa libertar os municípios da extração de minério. Se sabemos todos os malefícios trazidos por esta atividade, precisamos considerar as circunstâncias e buscar o que cada região apresenta por vocação. Cada local tem suas especificidades, seus modos de vida.