No limiar do ethos do enunciador e do ator do enunciado no drama político O último rei da Escócia e no documentário-verdade General Idi Amin Dada: um autorretrato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lara, Sara Veloso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-29062015-145116/
Resumo: Nesta dissertação, investimos na depreensão e no cotejo dos ethé das instâncias dos enunciadores e dos atores do enunciado de duas totalidades fílmicas: o subgênero drama político, O último rei da Escócia, dirigido pelo norte-americano, Kevin MacDonald, em 2006, e o documentário-verdade, General Idi Amin Dada: um autorretrato, dirigido pelo francês Barbet Schroeder, em 1974, na perspectiva da Semiótica francesa. Os enunciadores correspondem ao simulacro de sujeito dos cineastas, em conjunção com roteiristas, operadores de iluminação e de som; e os atores do enunciado correspondem ao simulacro de sujeito de Idi Amin Dada nos filmes. Entende-se o ethos na visada da Semiótica narrativa e discursiva, como um modo recorrente de fazer e ser, depreensível por meio de um percurso gerativo de sentido. As ações dos sujeitos ligadas ao fazer oscilam devido à influência das grandezas, intensidade e extensidade, que os aspectualizam, por meio do olhar do observador, representado pelos espectadores, cujas percepções são temporalizadas, controladas pelo andamento, princípios advindos da Semiótica tensiva. Os ethé dos enunciadores estão diretamente relacionados aos recursos fílmicos: tipos de plano, enquadramentos, tipos de ângulo, movimentos de câmara, iluminação, efeitos sonoros. Todos esses elementos também participam da composição dos ethé dos atores, acrescidos dos elementos corporais, como: gestos, expressão facial, olhar e forma de se mover no espaço. Pautando-nos nos trabalhos de Yuri Lotman (1978), Greimas e Courtès (1979; 2008), Elizabeth Harkot-de-La-Taille (2004; 2008), Norma Discini de Campos (2009; 2006) e Fiorin (2008), analisamos os recursos fílmicos e gestuais, cujas significações erigem da combinação do plano do conteúdo e do plano da expressão, submetidos à percepção dos espectadores. Para tanto, elencamos três cenas emblemáticas de cada filme. Primeiramente, nós as cotejamos separadamente em cada obra, a fim de verificar a possibilidade de convergência ou divergência entre o ethos do enunciador e o do ator do enunciado. Em seguida, cotejamos os dois filmes, a fim de verificar o grau de convergência ou divergência entre os ethé dos enunciadores e entre atores com os estilos dos subgêneros.