Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Belotti, Lorrayne |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-10112022-135936/
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Resumo: |
OBJETIVO: Analisar potenciais fatores ligados à qualidade da fluoretação da água de abastecimento público, seu custo-benefício e custo-efetividade em diferentes portes populacionais e grupos etários no Brasil. MÉTODO: Foi realizado um estudo de avaliação econômica, em que tanto consumo de recursos, quanto os benefícios em saúde foram medidos. Inicialmente, foi realizado um estudo ecológico para avaliar fatores associados a qualidade da fluoretação, utilizando regressão de Poisson. Os custos com a medida foram analisados por meio de um estudo de caso e, foram considerados dados referentes aos custos de instalação inicial, do produto químico, da operacionalização do sistema e do controle dos teores de flúor. Para análise da efetividade da fluoretação, foi realizado uma revisão sistemática com estudos brasileiros que comparam a experiência de cárie em áreas fluoretadas e não fluoretadas. A avaliação econômica foi conduzida na perspectiva da sociedade, foram calculados o custo-efetividade e custo-benefício, e foram incluídos os custos diretos e indiretos dos procedimentos que poderiam ser evitados, com uma taxa de desconto de 3,5%. Foi realizada análise de sensibilidade para avaliar a robustez dos resultados. RESULTADOS: Os fatores associados a qualidade da fluoretação foram, porte populacional do município, conformidade da concentração de cloro, renda per capita e tipo de empresa de saneamento. O custo per capita anual da fluoretação variou de US$ 7,32 para o porte com menos de 2 mil habitantes a US$ 0,14 para o porte com cerca de 520 mil habitantes. Nos sistemas que servem até 30 mil habitantes, o custo de operacionalização foi responsável por maior parte dos gastos, variando de 98,20 a 84,00%. No porte de 520 mil habitantes, os custos com o produto químico corresponderam a 74,7% dos gastos. A diferença média do ceod entre áreas fluoretadas e não fluoretadas foi -2,28 (IC95% -3,26; -1,30) para crianças de 5 a 8 anos e -1,12 (IC95% CI -1,93; -0,32) para 3 a 12 anos. A diferença média no CPOD foi -0.61 (IC95% -0,80; -0,42) e a prevalência de cárie foi 1,4 vezes e 57% menor na dentição decídua e permanente, respectivamente. Os custos evitados decorrentes da fluoretação foram de US$ 174,40 e US$ 85,67 para crianças de 5-8 e 3-12 anos, respectivamente, e US$ 46,66 para crianças de 7-12 anos. Os resultados do custo-efetividade e custobenefício foram favoráveis em todos os cenários onde o tamanho da população atendida foi de 6.000 ou mais habitantes. Cenários desfavoráveis foram observados apenas em tamanho até 2.000 habitantes. CONCLUSÃO: A fluoretação se mantem como uma medida de baixo custo per capita e efetiva contra a cárie dentária mesmo com o amplo uso do dentifrício fluoretado. Além disso, é economicamente vantajosa principalmente em áreas mais populosas, tanto na dentição decídua quanto permanente. Como o processo de tomada de decisão no campo das políticas públicas sofre múltiplas influências em torno de diferentes alternativas de políticas, conhecer os fatores relacionados a qualidade da fluoretação, seus custos e sua efetividade é essencial para uma tomada de decisão informada. |