eLearning no campo da saúde pública: um estudo Q

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sampaio, Samára dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-03012023-124310/
Resumo: Antes da sindemia da síndrome respiratória aguda grave 2 (Sars-CoV-2), a educação superior na área da saúde já demandava dos docentes inovações nas estratégias de ensino, como o emprego de metodologias ativas, sobretudo, quando integradas às tecnologias digitais. Apesar da premência do ensino on-line, docentes do campo da saúde de universidades públicas têm manifestado resistência ao relatar falta de tempo, falta de capacitação e falta de infraestrutura. Diante desse contexto, a presente pesquisa realizada como tese de doutorado e vinculada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da FMRP-USP, teve como objetivo compreender a percepção dos docentes do campo da Saúde Pública, acerca da adoção do eLearning, na prática pedagógica. O percurso metodológico foi constituído por revisão sistemática da literatura sobre o Método Q devido ao uso deste método misto de pesquisa, de caráter exploratório, para o delineamento da tese. Os referenciais teóricos de Venkatesh et al. (2003); Silva, Almeida e Gatti (2016) foram utilizados para embasar o estudo. O método Q é formado por cinco fases, i. a definição do concourse, ii. o desenvolvimento da amostra Q, iii. a seleção do P-set, iv. a construção e análise do Q-sort, v. a interpretação dos dados. O cenário de estudo é composto por cinco Unidades de Ensino Superior do campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e todos os docentes (N=63) do campo da Saúde Pública, lotados nas referidas Unidades, foram convidados a participar, dos quais 35 aceitaram. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CEP/CSE-FMRP-USP e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CAAE: 18578819.3.0000.5414). O programa Qmethod Software foi utilizado para a coleta e processamento dos dados. Aos participantes do estudo foi enviado, via e-mail, um link para que pudessem alimentar o programa com suas respostas. Os dados foram coletados no período de 22 de junho a 11 de setembro de 2021. Dos 35 docentes, 21 são do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Quanto à identificação raça/cor, 33 respondentes se identificaram como brancos e dois como pardos. Em relação à formação no Ensino Superior, 12 profissões foram citadas, entre elas, 34,29% Enfermagem (12 docentes), 17,14% Medicina (seis docentes) e 11,43% Odontologia (quatro docentes). Após a correlação de Spearman e o carregamento de 30 Q-sorts, a análise fatorial Q permitiu a identificação de quatro fatores com base nos arranjos de respostas. Cada fator foi ilustrado pelo programa em um arranjo prototípico, o que permitiu a interpretação a partir de categorias de sentido. Foi possível depreender das análises dos fatores que a percepção de docentes da saúde pública sobre o eLearning oscila entre a resistência e a aceitação. No contexto sindêmico, o ensino remoto aproximou os docentes das tecnologias da informação e ampliou seus olhares acerca do eLearning, compreendido como possibilidade para as práticas pedagógicas em saúde no período de distanciamento social. Desta forma, contribuiu para a constituição de percepções mais complexas sobre a formação docente para o emprego das metodologias que o eLearning requer.