As folhas vermelhas do mangue: uma etnografia sobre os mortos, a morte e a maré em Matarandiba (BA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Machado, Renata Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-17092019-155646/
Resumo: Esta tese resulta de uma etnografia sobre as marisqueiras e pescadores na Vila de Matarandiba, Ilha de Itaparica, Bahia. O estudo trata das relações estabelecidas com a morte, os mortos e a maré. Começo com a morte de uma senhora marisqueira da comunidade. Percorro o cemitério e as narrativas tecidas neste espaço. Em seguida, chego na maré e descrevo as atividades pesqueiras. Chego à cratera (acidente geológico ocorrido na Ilha de Matarandiba) que assusta os vivos e ameaça a memória dos mortos. Acompanhar a movimentação das mulheres marisqueiras entre a maré e a casa me levou a considerar a maré como um lugar central na vida das pessoas da Vila: lugar de memória, socialização e para criação e nutrição dos filhos. Assim, exploro a concepção local da maré como um espaço-tempo que permite compreender - através das técnicas e performances de pescadores e marisqueiras - as relações essenciais da comunidade com a maré, o parentesco e a morte. Tendo a morte e os mortos como sujeito de pesquisa, foi inevitável que as dimensões da vida se manifestassem através das atividades produtivas da vila (a pesca e a mariscagem), da costura das relações de parentesco, do gênero e das relações de poder. Este estudo parte da abordagem metodológica da antropologia da performance em diálogo com a noção de técnica enquanto categoria analítica.