A noção de outro suficientemente similar no encontro intersubjetivo: implicações no tratamento do autismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Soares, Julia Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26092012-103620/
Resumo: O autismo questiona as diversas formulações teóricas que se esforçam em compreender os processos implicados no desenvolvimento psíquico. O que propõe o método francês dos 3i como tratamento do autismo permite avançar as questões que o autismo coloca especialmente à teoria psicanalítica, com a qual uma articulação pode ser elaborada. Sendo a interação o objetivo das sessões 3i, algumas orientações são dadas aos adultos que intervém no sentido de criar momentos de encontro, dentre elas a de imitar a criança e a de não dizer não nas sessões. Propomos investigar os fundamentos dessas premissas a partir de uma articulação com o que se passa no primeiro tempo da constituição psíquica. Ao retrabalhar os primeiros encontros intersubjetivos, observamos que a imitação e a sintonia que lhes são característicos indicam que esses encontros são marcados mais pela semelhança e menos pela diferença. Nossa proposição é a considerar o outro desses primeiros encontros intersubjetivos como um outro suficientemente similar ao sujeito. Sendo o autismo uma clínica do tempo arcaico do psiquismo, pensamos que esse tipo de encontro onde a diferença não figura em primeiro plano remete a um tipo de relação com o outro que as crianças autistas são capazes de suportar. A partir do caso de uma criança autista atendida por 20 meses dentro dos moldes do método dos 3i, discutimos as implicações clínicas da nossa proposição. A discussão, que tem por eixos os princípios de intervenção propostos pelo método dos 3i, indica que a partir de encontros dessa natureza, possíveis à criança autista, o suficientemente similar pode tornar-se cada vez menos similar. A evolução do caso da criança atendida nos moldes do método 3i permite inferir alguns efeitos terapêuticos desse tipo de encontro, provocado por um outro que se apresenta inicialmente como suficientemente similar com a criança