Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
VIANA, Márcia Carolina da Mota |
Orientador(a): |
PINHEIRO, Marina Assis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56478
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar especificidades comunicativas e interacionais da dinâmica intersubjetiva eu-outro-mundo, no contexto escolar de um adolescente autista. O estudo foi realizado no campo da Psicologia Cultural e a base epistemológica que norteou a pesquisa foi o dialogismo bakhtiniano, no qual a ênfase foi estudar a intersubjetividade com o adolescente autista no centro das relações com um olhar para o corpo, o afeto e a linguagem em sua experiência no mundo. Neste contexto, a perspectiva idiográfica junto ao estudo de caso contribuiu para conhecermos profundamente uma realidade a partir de uma investigação detalhada para compreensão subjetiva do fenômeno investigado. A dinâmica singular foi estudada como via de acesso ao generalizável, pois entendemos que o estudo da singularidade de modo profundo nos leva a uma compreensão ampla e nos induz rumo ao geral. Utilizamos para construção dos registros relatos do cotidiano do adolescente; videogravação e observação do contexto escolar; e entrevistas semi-estruturadas com o adolescente, seu mediador, sua mãe, seu pai, seu irmão e uma colega de classe. Para analisar os dados, contamos com as análises dialógica e interacional, com um olhar direcionado para o adolescente como agentividade única no processo de construção de sentidos sobre a tríade eu-outro-mundo. O foco da investigação foi a relação dinâmica entre ele e outras pessoas com quem se relaciona. Os dados nos mostraram que o ponto de partida para qualquer estudo qualitativo que envolva pessoas no espectro autista deve ser considerar a perspectiva única da pessoa, seu modo único de ver o mundo, se relacionar, comunicar, seus interesses, habilidades e vulnerabilidades. A relação construída ao longo do tempo entre a pesquisadora e o adolescente, favoreceu o acesso às questões investigadas, considerando que a confiabilidade esteve presente nas diversas etapas da construção dos dados. As unidades de análise foram as tensões comunicativas e coconstruções de significados emergentes. Nas relações intersubjetivas com o adolescente no espectro autista emergiram três categorias interpretativas: 1) Reconhecimento da singularidade; 2) Troca comunicativa; e 3) Afetividade. Na proximidade das relações estabelecidas pelo adolescente na escola, o mediador é a mais próxima, seguida pelos pares, professores/professoras e demais profissionais do contexto escolar. No âmbito afetivo, considerando a relação com a pessoa autista, um aspecto que merece importante destaque é a confiabilidade. Na relação intersubjetiva entre docente e estudante autista, primordialmente, é preciso reconhecer as especificidades do/da estudante; questões sensoriais, motoras e sociocomunicacionais, sendo preciso que o/a docente encontre a sintonia na troca com cada um/uma se orientando para: 1) Perceber o outro; 2) Considerar suas especificidades; 3) Se adequar a elas de modo a favorecer a troca. No cenário da comunicação, uma atenção específica para a intencionalidade e a temporalidade comunicativa na troca com a/o estudante. A pesquisa realizada, trouxe contribuições para compreensão da subjetividade/intersubjetividade do adolescente autista e para o contexto escolar, aspectos que podem ampliar a leitura de outras realidades que se aproximem da sua. |