Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Tovar Velasquez, Juan David |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-29032022-125916/
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Resumo: |
O Transtorno do Jogo (TJ) é considerado atualmente como um transtorno de dependência (DSM-5) por ter caraterísticas similares com transtornos deste tipo como os causados por uso de substâncias, tendo prejuízos para a vida do individuo e para a sociedade como um todo. Sua prevalência é significativa no mundo variando entre 0,2 e 5,8%, sendo que no Brasil é de 1%, e tendo as loterias como uma das formas mais populares de jogo (controladas pela Caixa Econômica Federal), por ser uma das poucas formas legalizadas ( junto com corridas e pôquer). Assim, varias ferramentas de rastreio tem sido desenvolvidas, dentro das quais se destaca a NODS-CLiP pelo seu desempenho e de fácil aplicação; Porém, esta escala junto com as demais desenvolvidas até hoje tem surgido da pesquisa em populações de universitários ou em amostras clínicas em diferentes países sem incluir o Brasil. Pelo exposto, o presente estudo tem como principal objetivo encontrar a melhor forma de rastreio no território nacional e na comunidade. Para isto foi realizada uma pesquisa de tipo transversal em uma população com pelo menos 5.000 entrevistas aos apostadores da caixa (cálculo realizado para uma boa representatividade), distribuídas pelo país inteiro em 500 unidades lotéricas. Os entrevistadores foram treinados para realizar o questionário completo da NODS (National Opinion Research Center for DSM Screen for Gambling Problems) usando os critérios DSM-5, além da coleta de dados demográficos. No total 23.123 indivíduos foram abordados, dos quais 5.407 aceitaram participar e terminaram a entrevista. Como resultado, observou-se que o apostador médio era homem, com 50,2 anos de idade, casado, com pelo menos ensino médio incompleto e com carteira de trabalho ou autônomo. Os sintomas mais frequentes nesta população foram preocupação e uso de jogo como forma de aliviar emoções negativas. Três combinações de dois, três e quatro itens da NODS foram identificadas como as melhores formas de identificar clientes de loteria com TJ e Jogo Problemático (JPR) . Resultando que tanto ao longo da vida e nos últimos 12 meses a combinação de três itens teve um desempenho melhor que a da NODS-CLiP; Este conjunto de três itens incluía: i) controle; ii) jogar para lidar com as emoções negativas (escapismo); e iii) jogar para recuperar. Quando analisados esses resultados, levantou-se a hipótese de que a prevalência masculina pode estar associada a fatores aquisitivos dada a desigualdade social, ainda existente entre ambos os gêneros. A prevalência de TJ e JPR foi maior entre jogadores de loteria se compararmos com as prevalências na população brasileira, pelo que pode ser uma ambiente ideal de aplicação de escalas de rastreio. O melhor desempenho da escala de três itens proposta neste estudo, com melhor desempenho do que a NODS-CLiP, pode ser explicada, talvez, pela combinação intrínseca entre cultura brasileira e natureza própria do TJ, que fazem com que itens diferentes sejam melhores para rastreio de jogo na população do país e na comunidade. Finalmente o desenvolvimento deste instrumento pode ser uma ferramenta forte no âmbito da saúde pública nacional ao poder identificar um transtorno relativamente frequente na atenção primária |