Retornos anormais versus performances operacionais anormais de firmas brasileiras envolvidas em fusões e aquisições no período de 2002 a 2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Costa Junior, Jorge Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-30062008-113212/
Resumo: O propósito desta tese foi investigar as operações de fusões e aquisições - F&A, uma subárea do que se denomina \"combinação de negócios\", observadas entre firmas brasileiras no período de 2002 a 2006, em que ao menos uma delas (firma \"bidder\" ou firma \"target\") fosse listada na Bovespa. Não foram amostradas fusões e aquisições celebradas entre firmas sob um mesmo controle, excluindo dessa forma as incorporações reversas. Foram amostrados 101 anúncios (1º Fato Relevante arquivado) envolvendo 104 operações, totalizando R$ 223,7 bilhões, ou 66,86% do universo que integrou o ranking da ANBID de 2002 a 2006. Duas técnicas foram utilizadas: o estudo de eventos por retornos ao redor dos anúncios e o estudo de eventos amparado por métricas contábeis. Para fins de amostragem, além da base de dados da ANBID, foi utilizada a base da Economática, a base da \"Melhores e Maiores\" e o sistema IPE da CVM/Bovespa. As evidências empíricas e os testes estatísticos conduziram à conclusão de que o anúncio das operações de fusão e aquisição criou expectativas de maximização de valor para os acionistas das firmas combinadas. Contudo, para os acionistas das firmas \"target\", na ocorrência de uma OPA, com a possibilidade da tensão durante o processo de definição do prêmio de controle a ser pago a acionistas não controladores, especialmente se investidores institucionais como fundos de pensão integram o grupo de não controladores, o anúncio das operações de fusão e aquisição foi precificado de modo diferenciado entre ações ordinárias e preferenciais, causando no mercado uma reação similar à hipótese da miopia, um fenômeno peculiar no ambiente brasileiro. A Contabilidade, por seu turno, não corroborou as expectativas médias do mercado no que concerne às possíveis sinergias advindas da combinação de firmas amostradas. Vale dizer que a medição da performance por métricas contábeis não foi influenciada pelo \"big bath\" tampouco por múltiplas aquisições efetivadas por firmas \"bidder\". Os resultados econométricos sugerem a necessidade de se proceder a um teste de \"impairment\" para averiguar a substância econômica de ágios. Por fim, em se tratando dos efeitos sobre os preços das operações não efetivadas e anunciadas (\"unsuccessful takeovers\"), as evidências empíricas indicam que o mercado de capitais brasileiro ajusta tempestivamente os papéis das firmas combinadas, em linha com o que prescreve a hipótese do mercado eficiente na sua forma semi-forte.